segunda-feira,29 abril, 2024

Pesquisa com batatas doces pode auxiliar pessoas em estado de vulnerabilidade social

A professora do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso, Cristiane Lopes, está participando de uma pesquisa de doutorado sobre batata doce. Essa forma de pesquisa denomina-se Dinter (Doutorado Interinstitucional) e é firmado entre duas instituições, neste caso é a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e o IFMT.  As professoras Adriana Pavesi e Rozilaine Faria estão atuando como orientadora e co-orientadora no projeto. 

“A minha pesquisa é sobre batata doce. Nós estamos trabalhando com três variedades, a rubisol, a boregard e a biofortificada com antocianina. A boregard possui 115 miligramas de vitamina A por kg de batata. Essas variedades foram desenvolvidas pela EMBRAPA e não levam nada de transgênico. Com os conceitos antigos de encher tiras ou polinização, eles vão trabalhando com essas variedades e biofortificando os alimentos”, afirma Cristiane.  

O doutorado possui várias etapas, atualmente está sendo realizado um processamento térmico para verificar se a batata doce, durante esse processamento, apresenta um certo composto tóxico que é comprovado que existe na batata inglesa. Segundo Cristiane, o consumo da batata doce tem crescido muito nos últimos anos. A dúvida que surge é: está havendo diminuição dessa contaminação química? 

“É um composto tóxico formado durante o processamento térmico. Nós vamos processar essas batatas de três formas: por ayrfrier, assamento e fritura. Porque essa substância tóxica é formada apenas acima de 120°C. Estamos processando nessas temperaturas mais elevadas para entendermos se a população pode estar exposta a essa substância ou não”, explica a pesquisadora. 

Essas etapas iniciais estão sendo feitas em um dos laboratórios do IFMT de Cuiabá no Campus Bela Vista, já a determinação do composto será feita na Unicamp. A pesquisadora ficará durante um ano lá.  Segundo ela, em todo doutorado interinstitucional o pesquisador precisa ficar um período na instituição parceira para desenvolver uma parte da pesquisa.  O Instituto compra as mudas certificadas da EMBRAPA e elas são cultivadas e colhidas no viveiro do IFMT. 

Foto: Rebeca Paes

A bolsista e estudante de engenharia de alimentos, Ana Beatriz, está auxiliando a professora no projeto. Ambas confessam que, mesmo não entrando para o corpo do estudo, as vezes dão uma beliscada ou outra nos petiscos. “Precisamos fazer a parte sensorial também”, brincam.  

Cristiane conclui dizendo que essa pesquisa é de extrema importância para o bem estar nutricional da sociedade, pois o objetivo desses alimentos é atender a população que se encontra em vulnerabilidade social. “Estamos falando de um alimento que não tem uma grande implementação agrícola, sabemos que batata doce nasce com facilidade. Ela gosta de solo arenoso, climas quentes. O objetivo da EMBRAPA é desenvolver esses alimentos para levar até as comunidades mais carentes, levando mais vitamina A, mais antioxidantes, porque a população carente vai conseguir cultivar de uma forma mais tranquila”, finaliza.  

Por: Victória Oliveira

Victória Oliveira
Victória Oliveirahttp://www.360news.com.br
Victória Oliveira é jornalista e estudante de cinema integrante do time 360 News. Especialista em escrever sobre atualidades, tecnologia, cultura e entretenimento.

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