sábado,27 abril, 2024

Empreendedorismo nas favelas: mulheres lideram 60% dos negócios

O NÓS, Novo Outdoor Social, realizou uma pesquisa no último mês de agosto. O estudo Persona Favela, que foi encomendado pela empresa de filantropia Investe Favela, afirma que 60% dos negócios nas favelas são liderados por mulheres, 44% dos donos de empreendimentos têm entre 18 e 34 anos – pertencentes às gerações Y e Z – e a maioria são pessoas pretas.

“O empreendedorismo tem um potencial de transformação grande para a vida dos moradores das comunidades periféricas brasileiras e os dados da pesquisa traduzem esse cenário. As marcas, ações governamentais e órgãos precisam adaptar sua comunicação para este público, de jovens empreendedores, e que podem movimentar ainda mais a economia do país se tiverem acesso a investimentos e ações que conversem com suas realidades”, comenta Emilia Rabello, fundadora e CEO do NÓS.

A maioria dos negócios é relativamente jovem – visto que, na pesquisa, 50% dos entrevistados disseram que seus negócios têm, no máximo, três anos, enquanto 28% estão abertos a mais de 5 anos. Dentre as maiores dificuldades dessas companhias está a falta de capital para iniciar ou manter o negócio (55%). Por esse motivo, 18% dos entrevistados dizem já ter recorrido ao uso de crédito de instituições financeiras para financiamento das operações, abrir ou expandir negócios.

O sonho de empreender e o perfil financeiro dos clientes

Boa parte dos empreendedores das favelas ouvidos pela pesquisa, empreendem por necessidade, seja para manter a casa ou a família (40%). Dito isso, o impacto desses negócios impacta, pelo menos, dez pessoas. 35% dos empresários das favelas contam com um funcionário. 

Já 34% afirmam que empreendem por busca pela independência, enquanto 32% empreende para serem seu próprio chefe. Sobre o faturamento médio, 48% dizem faturar de R$ 2 a 4 mil por mês. 10% dos empreendedores trabalham com negócios do setor alimentício como bares e restaurantes, 8% com venda de bolos, doces ou salgados e 7% com lojas de roupas e acessórios. Porém, 28% dos empreendedores contam com outra fonte de renda, como freelancer ou com carteira assinada. 

Com relação ao perfil financeiro, o público atendido pelos empreendimentos das favelas são extremamente bancarizados (87%), muitos usam contas de pessoas físicas (81%) e buscam por bancos com menor burocracia (41%), fáceis de usar (38%) e com bom suporte ao cliente (33%). A maior parte deles prefere pagamento à vista com dinheiro (65%) ou Pix (51%). 

“Ficar atento ao perfil financeiro dos negócios ativos nas favelas do país é interessante para diferentes elos do mercado brasileiro – das instituições financeiras, que podem ofertar contas, serviços e linhas de crédito compatíveis com a realidade das empresas; aos fornecedores, que tem nas comunidades um ativo significativo de pequenos empresários que optam por compras à vista para o abastecimento de seus estoques”, disse Rabello.

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Texto: Fernanda Bastos | Repórter de ESG na EXAME

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