sábado,23 novembro, 2024

IoT e o fundamental papel dos data centers no cenário tecnológico atual

Uma pessoa chega em casa e destranca a porta pelo celular. Desativa o alarme pelo mesmo aplicativo e depois pede gentilmente a outro dispositivo que acenda a luz. Por trás de toda essa facilidade, a grande e engenhosa rede chamada IoT, ou Internet das Coisas, se atualiza a cada segundo para que a vida aconteça cada vez mais ‘sem esforço’. Os data centers, por sua vez, estão na outra ponta desse alicerce, dando o suporte físico para que essas estruturas cresçam e se desenvolvam ainda mais rápido. A questão, portanto, é entender o quanto essas instalações estão preparadas e atualizadas para receber, armazenar e distribuir essa tecnologia de maneira veloz e segura.

O debate aberto sobre o papel dos data centers no cenário tecnológico atual já é, ou deveria ser, uma realidade para as empresas que comercializam tecnologia ou utilizam IoT como recurso operacional, seja para otimizar processos na indústria, ter um atendimento ao cliente mais eficaz ou oferecer equipamentos de saúde mais eficientes, por exemplo. Para que se consiga, de fato, impulsionar a inovação e transformação dos modelos de negócio atuais, aproveitando ao máximo os benefícios da IoT, as empresas precisam adotar uma abordagem estratégica para sua implementação e gerenciamento, como a otimização da infraestrutura por meio de investimentos em mais capacidade física, processamento, largura de banda e configuração de redes.

De acordo com uma estimativa da IoT Analytics, 27 bilhões de dispositivos estarão conectados até 2025, e os números só aumentam. Segundo relatório de 2023 da Statista, até 2030 a quantidade de dispositivos de IoT em uso chegará a 30 bilhões, triplicando o valor registrado em 2020. Esse crescimento exponencial é impulsionado pelo aumento da conectividade de sensores e sistemas, especialmente no ambiente empresarial. Se por um lado as organizações ampliam sua eficácia e geram insights inovadores para os negócios, por outro sentem a necessidade de um rápido e eficaz fortalecimento das infraestruturas, bem como a exigência do aumento da capacidade dos data centers em processar e atender esse grande volume de dados gerados por dispositivos.

A segurança da operação, portanto, aparece ainda mais como ponto crucial e desafiador, principalmente quando nos referimos a uma tecnologia que proporciona simultaneidade e atualizações constantes. A vulnerabilidade que esse volume operacional poderia gerar precisa ser matematicamente estudada e evitada pelas empresas de data centers, que devem renovar e atualizar seus esquemas de segurança, por mais eficientes que pareçam hoje. Estamos falando de recursos computacionais que respondem não apenas pelo processamento, mas pela memória e armazenamento dos dados cada vez mais voláteis. A infraestrutura de armazenamento precisa ser capaz de guardar grandes volumes de dados, sejam eles sensíveis ou não, multiplicados a cada instante e de maneira segura, seguindo os protocolos de segurança e outras ferramentas que chequem vulnerabilidades constantemente e diminuam as chances de vazamento ou perda de dados. Sem mencionar a privacidade dos dados e a escalabilidade, de acordo com a necessidade de expansão de um servidor.

Além disso, com o aumento da demanda, os data centers deverão rever toda infraestrutura existente visando garantir adaptabilidade, soluções avançadas de refrigeração e aprimoramentos na eficiência energética.

Vale ressaltar que, conforme estudo da Mckinsey, entre os setores mais interessados no uso de IoT, estão a indústria (26%) e setor da saúde (14%), com destaque para as soluções em hospitais. Além disso, a pesquisa projeta que a IoT poderá gerar entre US$ 5,5 trilhões e US$ 12,6 trilhões até 2030, considerando que o mercado B2B responderá por cerca de 65% do total. Ou seja, a IoT trouxe às empresas um olhar mais tecnológico sobre suas infraestruturas e as fez mudar repentinamente a forma de gerir seus negócios. É imprescindível, portanto, que os data centers estejam atualizados a essa realidade e preparados para lidar com um mundo cada vez mais interligado e dinâmico.

Por Fernando Ribeiro,Coordenador de Sistemas da ODATA.

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