quinta-feira,19 setembro, 2024

Empresa americana cria linha de perfumes usando DNA de flores já extintas

Espécimes guardados no herbário da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, serviram de base para a extração das moléculas

Um marca de perfumes americana criou uma nova linha de fragrâncias com base no DNA de flores já extintas. A Future Society foi desenvolvida pela Arcaea, empresa líder em biotecnologia de beleza com sede em Boston (EUA), fundada pela cientista Jasmina Aganovic.

Haunted Rose vem da Macrostylis villosa, um arbusto aromático da África do Sul com flores brancas — Foto: Future Society / Reprodução
Haunted Rose vem da Macrostylis villosa, um arbusto aromático da África do Sul com flores brancas — Foto: Future Society / Reprodução

A coleção Scent Surrection traz seis aromas que nunca foram “cheirados” antes. O material genético foi extraído de espécimes preservados de flores extintas guardadas no herbário da Universidade de Harvard, em 2017.

Invisible Woods vem da Wendlandia angustifolia, planta extinta em 1917 devido à seca na Índia — Foto: Future Society / Reprodução
Invisible Woods vem da Wendlandia angustifolia, planta extinta em 1917 devido à seca na Índia — Foto: Future Society / Reprodução

Através do sequenciamento de DNA, os cientistas identificaram os genes que poderiam codificar enzimas produtoras de fragrâncias. Eles inseriram esses códigos em leveduras, que foram cultivadas por meio de um processo de fermentação para produzir moléculas aromáticas.

Floating Forest vem da Shorea cuspidata, uma árvore de 45 m de altura nativa da ilha de Bornéu — Foto: Future Society / Reprodução
Floating Forest vem da Shorea cuspidata, uma árvore de 45 m de altura nativa da ilha de Bornéu — Foto: Future Society / Reprodução

“Ao sequenciar o DNA das flores, a equipe tive acesso ao genoma da planta, permitindo procurar as moléculas aromáticas que produziram. Tudo isso foi realmente interessante, como em Jurassic Park“, disse Jasmina à Forbes.

Solar Canopy vem da Hibiscadelphus wilderianus, espécie nativa do Havaí vista pela última vez em 1912 — Foto: Future Society / Reprodução
Solar Canopy vem da Hibiscadelphus wilderianus, espécie nativa do Havaí vista pela última vez em 1912 — Foto: Future Society / Reprodução
Reclaimed Flame vem da Leucadendron grandiflorum, espécie da África do Sul que sumiu desde 1960 devido ao desmatamento — Foto: Future Society / Reprodução
Reclaimed Flame vem da Leucadendron grandiflorum, espécie da África do Sul que sumiu desde 1960 devido ao desmatamento — Foto: Future Society / Reprodução

Na embalagem, é possível conhecer a história da planta que deu origem ao perfume. A tampa é 100% reciclável e remete a uma pedra fossilizada. “Trabalhamos com três perfumistas conhecidos para que eles os interpretassem os dados e, a partir de sua perspectiva artística, reconstruíssem o que acreditavam ser o cheiro das flores”, comentou a fundadora.

Grassland Opera vem de Orbexilum stipulatum, planta nativa de Ohio (EUA), extinta desde 1881 — Foto: Future Society / Reprodução
Grassland Opera vem de Orbexilum stipulatum, planta nativa de Ohio (EUA), extinta desde 1881 — Foto: Future Society / Reprodução

Para Jasmina, a biotecnologia permitirá que a indústria da beleza explore novos caminhos na criação de produtos. “Por causa destas novas tecnologias que surgiram, podemos fazer isso de forma ética e sustentável, sem arrancar itens do solo ou das plantas. Não precisamos extraí-los, podemos usar micróbios para cultivá-los”, avaliou a executiva.

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