terça-feira,26 novembro, 2024

Realidade virtual, metaverso e K-pop: o que eles têm em comum?

Lembro que quando comecei a trabalhar no meio publicitário, em 2010, o QR code era visto como mais uma tecnologia que com o tempo ficaria obsoleta. Com a pandemia de covid-19 e a popularização do pagamento via Pix, o que tinha prazo de validade acabou se tornando protagonista. O mesmo se pode dizer da realidade virtual, conceito que existe desde 1970, mas que só por meio do avanço tecnológico das últimas décadas e com o recente e pouco explorado metaverso começa de fato a fazer parte do dia a dia, incluindo a música — especificamente o K-pop.

É fato que a realidade virtual está longe de ser uma tecnologia acessível a todos, em especial nos países com renda mais baixa. Óculos como o VR da Samsung ainda têm valor elevado para grande parte da população, o que faz que o interesse pela tecnologia seja menor, tornando mais desafiador para marcas e empresas incorporarem a realidade virtual em campanhas digitais ou em espaços offline.

Mas onde o K-pop entra nessa história?

Por outro lado, há exemplos de sucesso como o da indústria do K-pop, que encontrou um meio de reforçar o valor de mercado de suas empresas ao combinar alta tecnologia e entretenimento. Em 2013, o V CONCERT realizado pela SM Entertainment reuniu uma multidão na Gangnam Station, em Seul (Coreia do Sul), para assistir a uma apresentação holográfica do girl group Girls Generation (SNSD).

De lá para cá, outras empresas do entretenimento sul-coreano já recorreram à realidade virtual para tornar únicos e imersivos os shows e as apresentações, como foi o caso do BTS, que não pôde comparecer ao The Graham Norton Show e usou hologramas na performance de “My Universe” com o Coldplay em 2021.

Aespa e o Metaverso

Em 2020, a SM Entertainment surpreendeu a todos com o lançamento do novo girl group Aespa. Composto de quatro integrantes (Karina, Giselle, Winter e Ningning), o grupo une realidade virtual, metaverso e “músicas chicletes” em um universo que remete a jogos digitais. Cada integrante tem um avatar que, com a inteligência artificial Navis, busca salvar Kwangya do vírus mortal Black Mamba.

Aespa é um girl grupo sul-coreano formado pela SM Entertainment, que em suas músicas protagonizam histórias que se passam em um Metaverso. Fonte: SM Entertainment Group

Todo o conceito do grupo, do marketing às músicas e vídeos, é trabalhado de forma a contar a saga das garotas por esse metaverso. O que a princípio causou estranhamento na mídia e no público se tornou um sucesso e hoje, além de embaixatrizes de marcas famosas, o grupo soma milhares de visualizações no YouTube e de ouvintes mensais nas plataformas de streaming.

Como se preparar para o futuro

Com os olhos voltados para o futuro e em gerações cada vez mais conectadas, marcas, empresas e até mesmo os veículos de comunicação, precisam começar a se preparar para o metaverso e descobrir meios de usar a realidade virtual para continuar próximos de seu público, mantendo a credibilidade,  transparência e a qualidade da informação transmitida.

O que podemos aprender com a indústria do K-pop é que é possível usar tecnologias avançadas para entreter, fidelizar e, é claro, gerar lucro.

Por: Ariane Gisele Reis

Redação
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