domingo,24 novembro, 2024

Bebês podem ser a chave para a próxima geração da inteligência artificial

A próxima geração da inteligência artificial pode ser alavancada pelos bebês, segundo os pesquisadores da Trinity College, na Irlanda. Os cientistas creem que a observação do processo de aprendizado de recém-nascidos pode ser a chave para romper os limites da tecnologia de machine learning.

O artigo, publicado no periódico científico Nature Machine Intelligence, descreve os princípios do processo de absorção de informações pelos bebês humanos e como eles podem ser replicados para aplicação em IA.

A limitação a que os pesquisadores se referem é o fato de que, para qualquer aplicação de machine learning, é necessário alimentar a inteligência artificial com um volume enorme de dados para que ela consiga identificar padrões e então conseguir trabalhar com as informações autonomamente. Esses dados, no entanto, precisam passar por uma curadoria humana cuidadosa.

Por outro lado, as crianças aprendem de uma maneira completamente diferente. Apenas vivenciando o mundo ao redor, elas conseguem entender uma informação nova mesmo só a tendo visto uma vez em suas vidas, como explica Lorijn Zaadnoordijk, cientista da Trinity College.

Entender o processo de aprendizado das crianças pode alavancar inteligência artificial a um novo nível de autonomia nas suas funções (Imagem: Gerd Altmann/Pixabay)

O artigo identifica três fatores cruciais para que uma IA alcance a qualidade e velocidade de aprendizado de um bebê. O primeiro é que o processamento de informação das crianças é guiado e limitado; o segundo é que elas aprendem por meio de inputs diversos e multimodais, e o último é que o input dos bebês é formado pelo desenvolvimento e pelo aprendizado ativo. A ideia do estudo é explorar quais conceitos ainda não foram devidamente aproveitados no desenvolvimento de IAs e aprimorá-los para dar origem a um sistema capaz de aprendizado sem supervisão.

Para replicar o processo de aprendizagem infantil, as máquinas precisariam, de acordo com o estudo, ter suas preferências embutidas desde o princípio para dar forma ao seu aprendizado. Também é necessário abastecê-las com dados mais ricos que representem o mundo, e isso vai além de imagens e planilhas: elas precisam entender como seus arredores se parecem, como soam, como cheiram, quais são os gostos e as sensações.

Por fim, as máquinas também precisam do que os pesquisadores definem como uma trajetória de desenvolvimento. Como as crianças têm estímulos diferentes com o passar do tempo, é importante replicar esse comportamento oferecendo aos computadores experiências e redes distintas conforme eles “crescem”.

Por: Renato Santino 

Redação
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