domingo,24 novembro, 2024

Cientistas desenvolvem sonda para ajudar no diagnóstico precoce de tumores

Cientistas e médicos chineses desenvolveram uma sonda imunofluorescente para o diagnóstico precoce e a navegação intra-operatória de tumores. A novidade promete trazer uma “visualização” mais precisa e clara das neoplasias.

Segundo os cientistas, a tecnologia é baseada em nanocorpos totalmente humanos e reforçada com corante próximo ao infravermelho, para facilitar a geração de bioimagens de tumores metastáticos. Ela conta com vantagens significativas sobre os corantes fluorescentes tradicionais, tais como forte presença, alta sensibilidade de detecção e boa estabilidade.

A pesquisa foi conduzida pela equipe do professor Ying Tian Lei e do pesquisador associado Wu Yanling, da Universidade de Fudan, na China, juntamente com o professor Li Fuyou, do Departamento de Química da Universidade de Fudan. Segundo Tian Lei, a tecnologia de imagem fluorescente conta com amplas perspectivas de aplicação no campo biomédico devido às suas vantagens, que incluem alta sensibilidade de detecção, boa resolução e risco inexistente de radiação.

O autor do estudo também informou que, até o momento, poucos corantes fluorescentes não direcionados foram usados para orientação cirúrgica na ressecção de tumores, enquanto a maioria das sondas imunofluorescentes baseadas em vários agentes biológicos direcionados ainda estão em fase de testes clínicos.

As vantagens da tecnologia incluem alta sensibilidade de detecção, boa resolução e risco inexistente de radiação (Imagem: Reprodução/Skeeze/Pixabay)

Desafios das sondas imunofluorescentes

As sondas imunofluorescentes atualmente em desenvolvimento são grandes, de difícil acesso aos epítopos — a menor parte do antígeno capaz de gerar alguma resposta imune — com resistência espacial, e não são adequadas para aplicação clínica imediata. Desenvolvê-las, aliás, ainda é algo extremamente desafiador para a ciência.

O grande avanço dos cientistas chineses foi conseguir criar um nanocorpo anti-tumoral derivado de células humanas. Com isso, ele funciona como transportador biocompatível de alta afinidade, e ainda consegue sintetizar uma nova sonda imunofluorescente, chamada ICGM-n501.

Tian Lei também revela que em um caso de metástase de câncer de ovário, os pesquisadores observaram que o ICGM-n501 tem uma “boa mira tumoral” através da tecnologia de imagem in vivo, que permite a visualização não invasiva e acompanhamento da atividade celular e genética dentro de um organismo vivo, em tempo real.

A tecnologia permite obter imagens altamente precisas de tumores, o que leva à identificação eficiente de pequenas lesões tumorais (com tamanhos tão pequenos quanto 1,38 mm) que não podem ser encontradas por outras técnicas.

A pesquisa dos especialistas também ajudou a reduzir ainda mais a quantidade de sondas utilizadas e melhorar as imagens fluorescentes, oferecendo o potencial de inovação em métodos de detecção de imunoensaios — operação metódica para analisar, descrever ou testar determinada substância com uso de anticorpos ou de antígenos.

Por:  Munique Shih 

Redação
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