domingo,22 setembro, 2024

Vozes do Silício: como Santa Catarina se tornou referência em tecnologia e startups no Brasil

O Estado de Santa Catarina tem se tornado cada dia mais uma referência no mercado de tecnologia e inovação no país. Em Florianópolis, por exemplo, há o maior número de empresas de tecnologia por habitante entre as capitais brasileiras, com uma taxa de 7,4 empresas por mil habitantes. A cidade é seguida por São Paulo (7,0) e  Curitiba (6,1).

Além disso, o setor tem alta demanda por mão de obra especializada e a estimativa é que até o ano que vem 12 mil novas vagas de trabalho sejam abertas. Isso faz do segmento um grande catalisador de empregos.

Uma pesquisa realizada pela Acate (Associação Catarinense de Tecnologia) e publicada no Tech Report de 2019, mostra a importância do setor no Estado. O estudo revela que o ecossistema de tecnologia da informação e inovação catarinense é o quarto maior do Brasil em número de colaboradores, com 67,8 mil trabalhadores.

O Estado também é  o sexto em número de negócios e faturamento, com 17.720 empresas. E, em plena pandemia, movimentou R$ 19,8 bilhões em 2021.

Outro destaque é que o Estado possui três entre as 12 cidades que concentram maior número de empresas de tecnologia por mil habitantes: Joinville, Blumenau e Florianópolis. É a maior concentração de empresas nessa área no Brasil.

Por que SC se destaca?

De acordo com o CEO da Catarina Capital, Thiago Lobão, muitas são as explicações para o destaque estadual. Entre elas está a quantidade e qualidade dos estudos das universidades no Estado, somados aos incentivos do governo e de grandes empresas.

“Muitas coisas contribuem para esse destaque. Boa qualidade de vida com mais ‘cabeças’ trazendo conhecimento, também ajuda. Nós temos ainda uma estrutura acadêmica forte, principalmente em exatas”, explica Lobão.

Lobão afirma ainda que o mercado de tecnologia em Santa Catarina não é um setor à parte e sim um “catalisador” dos setores, que está se mostrando cada dia mais essencial na economia do Estado.

Alta demanda por profissionais

Com alto crescimento, a demanda por profissionais de tecnologia é grande e supera a oferta de mão de obra. Em pesquisa realizada pela Acate, a previsão é que, entre 2022 e 2023, o setor deve demandar mais de 12 mil novas vagas de trabalho.

De acordo com o vice-presidente de Talentos da Acate, Moacir Antonio Marafon, outro levantamento da Brasscom (Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia) estima que o setor precisará de 159 mil profissionais por ano. No entanto, o Brasil forma em cursos superiores apenas 59 mil profissionais com este perfil.

Portanto, se pensarmos apenas na formação de cursos superiores, o déficit anual será de 100 mil profissionais por ano.

Para enfrentar o desafio da falta de mão de obra qualificada, a Acate aposta na formação o mais cedo possível, oferecendo projetos que criam oportunidades para jovens que queiram “alavancar” sua carreira no mercado.

Mais igualdade?

De acordo com Lobão, o mercado de startups e tecnologia traz mais diversidade entre gênero, raça e orientação sexual. Os cargos, em sua visão, são mais dinâmicos e têm prestígio profissional diferente.

“Nossa geração pede um trabalho assim, um trabalho que as valorize e seja mais dinâmico, igual, com oportunidades maiores de crescimento”, explica.

No entanto, de acordo com o levantamento Potências Negras Tec, 59% dos negros não trabalham na área de tecnologia, mas têm interesse em atuar nela. Entre os negros que estudam tecnologia, apenas 41% atuam na área. A pesquisa contou com a participação online de 2.693 pessoas (1.528 negras e 1.165 de outras raças), entre junho e julho de 2021.

Mais de dois em cada 10 negros entrevistados não têm interesse em estudar na área pois não enxergam oportunidades, porém 79% deles dominam o inglês, língua geralmente pedida para estas vagas.

De acordo com o designer gráfico Henry Jerônimos Castelar, de 21 anos, ainda existem barreiras a serem rompidas.

“Acredito que existe uma melhor abertura tendo em vista que os profissionais são muito mais visados pelas suas experiências do que pelo seu currículo, raça, orientação sexual, etc. Porém ainda existe uma nítida barreira por parte de uma elite predominantemente branca e heterossexual que, eventualmente, coloca empecilhos nessa visão mais igualitária dentro de startups e empresas de tecnologia”, defende.

Fonte: ndmais

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