O ano de 2023 começa com vários desafios para o agronegócio: novo governo, maior cobrança socioambiental e custos firmes no campo. Mesmo assim – e não é de hoje –, o setor tem respondido bem às exigências. Espera-se por exemplo, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), nova safra recorde, em 2022/23, de 313 milhões de toneladas de grãos, lembra o diretor técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Bruno Lucchi, em entrevista exclusiva.
Já na 27ª Conferência do Clima, que ocorreu em novembro no Egito, o campo brasileiro pôde apresentar iniciativas de sucesso, como o Plano ABC+, de agricultura de baixo carbono, que ocupa milhões de hectares no País. Entretanto, ainda deve avançar em compromissos relacionados ao metano, alerta o coordenador técnico do Observatório do Clima, Tasso Azevedo.
Também na pecuária de corte, há ganhos significativos, com iniciativas técnico-sanitárias e ligadas à sustentabilidade, que permitirão, no curto e no médio prazos, a conquista de valorizados mercados para a carne bovina brasileira. Nesse sentido, há décadas o Brasil se empenha, e com sucesso, em erradicar a febre aftosa de seu território – o último foco ocorreu em 2006 – e, até 2026, receber a chancela de “área livre de febre aftosa, sem vacinação” por parte da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).
Surgem, além disso, inúmeras iniciativas para comprovar que é possível produzir carne preservando nossos biomas. Nesta edição, trazemos o exemplo da Fazenda Pantaneira Sustentável, projeto que será ampliado em 2023 e que viabiliza a atividade no Pantanal mato-grossense. Fora da porteira, a indústria da moda se une ao setor produtivo para garantir e estimular o fornecimento de um couro bovino ambientalmente correto. Por fim, a principal instituição de pesquisa agropecuária do País revela como funciona um importante aliado para contornar os efeitos das mudanças climáticas: o Banco Genético da Embrapa, que guarda milhares de germoplasmas de vegetais e microrganismos, além de material genético de animais de produção.
Por Canal Agro