segunda-feira,20 maio, 2024

Nordeste deve liderar crescimento do Brasil até 2033

Nordeste vai receber investimentos bilionários nos próximos anos, caso da Petrobras e do Grupo Stellantis, por exemplo

Projeções da Tendências Consultoria indicam que o Nordeste deve apresentar o maior crescimento econômico do Brasil no período entre 2025 e 2033. A região receberá uma série de investimentos públicos e privados programados para a próxima década. Entre eles, aportes bilionários da Petrobras e do Grupo Stellantis, por exemplo.

Desigualdades regionais vão continuar

  • A recessão iniciada em 2014 interrompeu um período em que o Nordeste crescia acima da média nacional, embora em patamares inferiores aos verificados no Norte e Centro-Oeste.
  • O bom desempenho também deve continuar ao longo dos próximos anos nessas outras duas regiões.
  • Segundo a Tendências Consultoria, no entanto, o maior crescimento em relação ao Sul e Sudeste não representa necessariamente uma redução significativa das desigualdades regionais do país, embora seja uma boa notícia.
  • As informações são da Folha de São Paulo.

Investimentos no Nordeste

No Nordeste, a consultoria destaca o investimento da Petrobras de cerca de US$ 8 bilhões na Refinaria Abreu e Lima, no município de Ipojuca (PE), para ampliar a capacidade de refino no país. A primeira unidade, com capacidade para refinar 115 mil barris de petróleo por dia, está em operação desde 2014. O projeto do chamado trem 2 acrescenta capacidade de refino de 150 mil barris.

No mesmo estado, o grupo automotivo Stellantis investirá aproximadamente US$ 1,5 bilhão para ampliação do parque de fornecedores em Goiana (PE). Outro destaque é o investimento de aproximadamente US$ 830 milhões para implantação de uma refinaria no Complexo do Pecém (CE), da empresa Noxis Energy.

O Nordeste vai ser a região que vai liderar, em termos de variação interanual do PIB, o crescimento da próxima década. Os investimentos vão impulsionar a região nos próximos anos, mas o Sudeste deve seguir como o principal motor da economia brasileira. Por mais que haja essa expectativa de crescimento [para o Nordeste], ela não deve se reverter, ao menos nos próximos dez anos, em uma melhora da heterogeneidade econômica do país. As vulnerabilidades econômicas e essa marcante desigualdade devem permanecer.

-Lucas Assis, economista e analista da Tendências Consultoria

Nordeste receberá investimento bilionária da Stellantis (Imagem: Jonathan Weiss/Shutterstock)

O Nordeste também vai receber investimentos programados do Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), no valor de R$ 700 bilhões.

O Nordeste tem uma necessidade de investimentos em infraestrutura muito grande, mas a gente tem que ver na realidade o quanto disso vai sair do papel e ser efetivamente concretizado. Os PACs anteriores tiveram um índice de conclusão muito baixo.

-Ecio Costa, professor titular de Economia na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)

Quase metade da lista de obras do Novo PAC é composta por promessas ressuscitadas das versões anteriores do plano. Em Pernambuco, um dos gargalos é a infraestrutura viária, que tende a melhorar com obras como o Arco Metropolitano e a duplicação de alguns trechos da BR-104, que corre em paralelo à BR-101 pelo interior.

No Norte, a Tendências destaca os investimentos em mineração da Vale no Pará e obras para redução de gargalos logísticos para o escoamento da produção agropecuária do Centro-Oeste. Na região central, além do agronegócio, destacam-se três grandes projetos de novas fábricas no setor de papel e celulose em Mato Grosso do Sul.

Um dos principais riscos para a concretização dessas projeções e desses investimentos é o desempenho dos projetos ligados ao setor público. Mesmo os investimentos privados podem ficar limitados por fatores como juros altos, inflação em patamar elevado e aumento de incertezas globais que restrinjam o fluxo de recursos para países emergentes.

A consultoria espera um crescimento médio do país de 2,5% de 2025 a 2033, semelhante ao verificado de 1996 a 2005, mas abaixo da média 2006-2014 (3,5%), período que antecedeu a última grande recessão.

Texto: Alessandro Di Lorenzo

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