Espécimes guardados no herbário da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, serviram de base para a extração das moléculas
Um marca de perfumes americana criou uma nova linha de fragrâncias com base no DNA de flores já extintas. A Future Society foi desenvolvida pela Arcaea, empresa líder em biotecnologia de beleza com sede em Boston (EUA), fundada pela cientista Jasmina Aganovic.
A coleção Scent Surrection traz seis aromas que nunca foram “cheirados” antes. O material genético foi extraído de espécimes preservados de flores extintas guardadas no herbário da Universidade de Harvard, em 2017.
Através do sequenciamento de DNA, os cientistas identificaram os genes que poderiam codificar enzimas produtoras de fragrâncias. Eles inseriram esses códigos em leveduras, que foram cultivadas por meio de um processo de fermentação para produzir moléculas aromáticas.
“Ao sequenciar o DNA das flores, a equipe tive acesso ao genoma da planta, permitindo procurar as moléculas aromáticas que produziram. Tudo isso foi realmente interessante, como em Jurassic Park“, disse Jasmina à Forbes.
Na embalagem, é possível conhecer a história da planta que deu origem ao perfume. A tampa é 100% reciclável e remete a uma pedra fossilizada. “Trabalhamos com três perfumistas conhecidos para que eles os interpretassem os dados e, a partir de sua perspectiva artística, reconstruíssem o que acreditavam ser o cheiro das flores”, comentou a fundadora.
Para Jasmina, a biotecnologia permitirá que a indústria da beleza explore novos caminhos na criação de produtos. “Por causa destas novas tecnologias que surgiram, podemos fazer isso de forma ética e sustentável, sem arrancar itens do solo ou das plantas. Não precisamos extraí-los, podemos usar micróbios para cultivá-los”, avaliou a executiva.