sexta-feira,22 novembro, 2024

Como uma startup de saúde conseguiu melhorar o “S” na prática de ESG

A satisfação e a qualidade no ambiente de trabalho são cada vez mais ponderadas nas discussões sobre as boas práticas de ESG, especificamente no “S”, de social. Neste ponto é onde entram, por exemplo, questões como o engajamento e o bem-estar dos funcionários. 

Contudo, alcançar níveis altos de satisfação no ambiente de trabalho tem se tornado um grande desafio para as empresas. Não adianta mais apenas ter um escritório descolado com uma série de atrativos como sala de descompressão com videogame, jogos de tabuleiro etc. 

Claro que isso também é importante para ajudar a diminuir o stress no dia a dia, estimular a criatividade e aumentar a integração entre os colegas de trabalho, mas é preciso ir além. 

Um recente estudo divulgado pela Gallup sobre o nível de estresse e motivação dos colaboradores em todo o mundo acendeu um sinal de alerta na sociedade: 60% das pessoas trabalham de forma desconectada, sem motivação, apenas para ganhar o salário.

Por outro lado, cada vez mais os benefícios corporativos ganham maior relevância para as organizações atrair e reter talentos. E, do lado dos funcionários, eles mostram-se fundamentais para os colaboradores se sentirem realmente valorizados e empoderados para poderem escolher o que realmente faz sentido em seus momentos de vida. 

Funcionários satisfeitos, geralmente, produzem com mais qualidade, permanecem mais tempo com seus empregadores e tendem a produzir melhores resultados. As ações de ESG e o sentimento dos profissionais são pontos cada vez mais conectados. 

Estudos globais feitos pela consultoria MSCI indicam que as organizações com pautas sustentáveis mais maduras têm notas de satisfação dos colaboradores, em média, 14% maiores do que os competidores sem ações práticas nesse quesito. Além disso, essas empresas são 25% mais atraentes para novos talentos. 

Até aqui falei mais de teoria, mas tenho um exemplo prático de como uma gestão eficiente de pessoas pautada pela empatia e respeito aos reais desejos e necessidades dos colaboradores pode, sim, ajudar a melhorar o grau de satisfação da equipe.

A epharma, healthtech de gestão de benefícios em medicamentos, que tem cerca de 400 colaboradores, oferece uma ampla gama de benefícios flexíveis e um marketplace virtual para melhorar a experiência tanto de toda a equipe quanto da área de RH.

Segundo pesquisas anuais de clima organizacional, o índice de satisfação dos colaboradores da epharma saltou de 59% em 2020 para 72% em 2021, após a implantação do marketplace de benefícios. No ano passado, esse número subiu mais ainda, para 75%. Ainda segundo o levantamento da Robert Half, o índice médio nas empresas que oferecem benefícios flexíveis é de 55%.

Já em relação ao nível de aprovação da plataforma digital (em uma escala de 0 a 5), a nota de satisfação dos colaboradores foi de 4,3, em 2021, e 4,6, em 2022. 

Outro fato interessante que as pesquisas apontaram foi que, para novos funcionários, a política de benefícios da epharma, juntamente com a plataforma digital para visualização e escolha de benefícios, foram fatores determinantes para a decisão de começar a trabalhar na epharma. De 0 a 5, em 2021, a nota foi de 4,4 e, no ano passado, a pontuação saltou para 4,8. 

Essa iniciativa da epharma é um exemplo prático de como as empresas podem e devem reforçar sua estratégia de colocar as pessoas no centro da gestão. Ao fazer isso, as companhias, independentemente do tamanho, estarão fomentando a parte social e cumprindo a prática ESG, de fato. Além disso, estarão melhor preparadas para atrair e reter talentos.

Texto: Elisangela Puhl, cofundadora da startup de RH Tutto.

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