Especialista lista questionamentos que podem aprimorar o processo de tomada de decisão
Em ambientes corporativos, que normalmente funcionam em ritmo acelerado, muitas vezes é difícil reservar um tempo para fazer uma análise profunda e reflexiva que leve a respostas certeiras sobre o melhor caminho a seguir em uma estratégia de negócio inovadora. Fazer melhores perguntas podem levar a melhores decisões. Mas, então, o que perguntar?
Em artigo publicado no Harvard Business Review, Steven Morris, CEO da Matter Consulting, diz que ajuda líderes a enfrentar esse desafio por meio de um modelo simples de cinco perguntas, projetado para direcionar o foco e aprimorar os processos de tomada de decisão.
“Ao utilizar algumas ou todas essas perguntas, você ganhará clareza, reduzirá riscos e estabelecerá uma base mais sólida para melhores escolhas e resultados”, diz ele.
Confira quais perguntas são essas:
1) O que aconteceria se não fizéssemos nada?
Essa pergunta incentiva a avaliar os custos e benefícios de médio e longo prazo de não agir. Imagine um futuro no qual nenhuma mudança foi feita. Você ainda seria bem-sucedido? Como os principais envolvidos (clientes, funcionários e investidores) seriam afetados? A pressão para agir se baseia em dados concretos ou é impulsionada por pensamentos de curto prazo e emoções?
2) O que poderia fazer nos arrepender dessa decisão?
Essa pergunta força os líderes a considerar os possíveis resultados negativos de uma decisão. Também é possível refletir sobre decisões passadas que levaram ao arrependimento, identificar padrões e aprender com elas.
Algumas reflexões úteis também incluem: Você se arrependeria de não ter sido mais ousado? Se tudo der errado, qual seria o maior arrependimento?
3) Quais alternativas ignoramos?
Mesmo tentando ser racional, o cérebro tem um viés e há uma tendência em favorecer informações que reforçam crenças, o que pode levar a ignorar opções viáveis. Em decisões de equipe, também é fácil cair no pensamento de grupo ou aceitar um curso de ação sem explorar todas as possibilidades.
Essa pergunta ajuda a combater esses vieses e a manter a equipe aberta a novas perspectivas. Considere opções adicionais e avalie se elas poderiam gerar melhores resultados. Outra dica do especialista é reanalisar caminhos que foram previamente descartados e questionar se as razões ainda são válidas. Também é preciso se certificar de que todas as perspectivas foram ouvidas e que os pontos cegos foram identificados.
4) Como saberemos se essa foi a decisão certa?
Projete os resultados esperados da decisão. Estabeleça um sistema de medição de progresso que leve em conta o curto e o longo prazo. Morris também sugere definir marcos específicos e elaborar um plano para revisar periodicamente o avanço em relação aos objetivos.
“É essencial ter uma visão do resultado ideal e métricas claras para avaliar o desempenho”, diz ele.
5) Essa decisão é reversível?
Considerar se uma decisão pode ser revertida ajuda a reduzir a pressão de fazer a “escolha perfeita”. Em ambientes dinâmicos e projetos complexos, pode ser possível testar, ajustar e mudar o curso conforme necessário, segundo o especialista.
Os líderes devem perguntar: Qual é o custo financeiro e reputacional de reverter essa decisão? Quão difícil seria mudar de direção? Existe uma maneira de dividir essa mudança em etapas menores para permitir experimentação e ajustes? Quais sinais ou métricas indicariam a necessidade de reconsideração? O que sua intuição diz sobre essa escolha?
Aprimoramento na tomada de decisões
Morris afirma que as cinco perguntas não garantem necessariamente uma decisão perfeita, mas aprimoram o processo de tomada de decisão. “Ao usá-las com frequência, você e sua equipe desenvolverão hábitos que contribuirão para o crescimento e o sucesso a longo prazo”, diz.
Por: Thâmara Kaoru