quinta-feira,21 novembro, 2024

Apple e Mozilla podem perder dinheiro após condenação do Google

Apple recebe quantia bilionária anualmente, e 86% do faturamento da Mozilla depende do acordo que define Google como padrão no Firefox

Apple, Mozilla e outras empresas que recebem para definir o Google como buscador padrão podem sofrer perdas financeiras, dependendo das medidas tomadas pela Justiça dos Estados Unidos. Na segunda-feira (dia 05/08), a gigante das buscas foi considerada um monopólio, após processo do Departamento de Justiça do governo americano.

O Google ainda pode recorrer, e mesmo que perca, ainda não se sabe quais serão os remédios, nome dado a obrigações feitas para reestabelecer a concorrência no mercado.

Os contratos entre o Google e outras empresas foram um ponto central do processo. Nesses acordos, a gigante das buscas paga para que fabricantes ou desenvolvedoras definam o Google como buscador padrão de seus produtos.

Para a Justiça americana, isso fere as leis antitruste. Um cenário possível é que ela proíba estes contratos, que, somados, representam cerca de US$ 26 bilhões anuais.

Apple consegue superar fim de contrato

Grande parte deste dinheiro vai para a Apple. Durante o julgamento, foi revelado que o Google paga US$ 20 bilhões anualmente para ser o buscador padrão de iPhone, Mac e demais produtos.

Caso estes acordos sejam encerrados, é um dinheiro que deixaria de entrar no caixa da maçã. Mesmo assim, o impacto seria pequeno: com faturamento na casa de US$ 400 bilhões anuais, a Apple conseguiria absorver uma queda de US$ 20 bilhões sem grandes problemas.

Mozilla praticamente depende do Google

No outro extremo, a Mozilla ficaria em uma posição muito delicada se o Google for realmente proibido de fazer acordos para ser o buscador padrão.

A desenvolvedora do Firefox recebeu US$ 510 milhões em seu contrato com a gigante das buscas, segundo dados de 2021 e 2022. O problema é que o faturamento total da fundação é de US$ 593 milhões. Ou seja, 86% das receitas vêm do Google.

A Mozilla já vive uma situação difícil: em 2024, ela demitiu 5% de sua força de trabalho, encerrou produtos e cortou gastos. O Firefox tem menos de 3% do mercado de navegadores.

Mesmo assim, a fundação não critica a decisão da Justiça dos EUA. “A Mozilla sempre defendeu a competição e a escolha na internet, particularmente nas buscas”, disse um porta-voz à Fortune. “Estamos analisando a decisão da corte, considerando seu potencial impacto na Mozilla e como podemos influenciar positivamente nos próximos passos.”

Por Giovanni Santa Rosa com informações: Business InsiderFortune

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