A WeWork anunciou que vai entrar no setor de consultórios de saúde por meio de uma parceria com a Clina.Care, startup brasileira early-stage que oferece aluguel de consultórios de acordo com a demanda do profissional que loca o espaço. Com isso, o Station by WeWork, marketplace da companhia, vai oferecer mais de 700 espaços adaptados para médicos, dentistas e demais profissionais da área. No marketplace já são comercializadas salas de reunião, escritórios e auditórios, no formato on demand ou de vales-escritórios.
Segundo a empresa, a infraestrutura da Clina.Care é composta por 20% de espaços de coworking da saúde e 80% de consultórios ociosos de profissionais da área. Os consultórios poderão ser alugados por horas ou dias, sem necessidade de contratos fixos, manutenção e obras. O ticket médio é de R$ 80 e há oferta de salas a partir de R$ 30/hora.
“Essa parceria nos permitirá entrar em um setor em que até então não estávamos presentes, emprestando para a Clina.Care nossa força de vendas como líder global em espaços de trabalho flexíveis. Assim como nós rentabilizamos os espaços ociosos de outras empresas e de proprietários do setor imobiliário, a Clina.Care rentabiliza consultórios ociosos de profissionais da saúde. A sinergia é muito grande”, disse Bruna Neves, diretora-geral da WeWork no Brasil, em comunicado.
Em dezembro, a Clina.Care atingiu a marca de mais de 2 mil cadastros na plataforma e 12 mil horas reservadas. A empresa está presente em 12 estados brasileiros (São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará, Bahia, Goiás, Distrito Federal, Paraíba, Sergipe, Paraná, Minas Gerais, Espírito Santo e Manaus).
“Começamos focados no B2C e, neste semestre, expandimos para atender B2B. A WeWork vem impulsionar este nosso movimento. Estamos vivendo uma transformação no modelo de saúde, até então, centrado nos hospitais. As pessoas iam direto aos hospitais para um primeiro atendimento. Nosso objetivo é contribuir para a capilaridade da saúde, rentabilizando ativos ociosos”, finaliza João Lopes Alves, sócio-fundador da Clina.Care.
A startup tem entre seus investidores e conselheiros Nuno Lopes Alves, CEO da VISA Brasil, e Pedro Batista Júnior, ex-CEO da Prevent Sênior.
Recuperação judicial
No início de novembro, a WeWork entrou com pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos. Anteriormente avaliada em US$ 47 bilhões (aproximadamente R$ 229,8 bilhões), a empresa de coworking sofreu uma queda de 98% no preço das suas ações este ano, o que a deixou com uma capitalização de mercado inferior a US$ 50 milhões (R$ 244,5 milhões).
Apesar disso, o pedido de recuperação judicial nos EUA não impacta a operação na América Latina, informou a empresa em nota divulgada à época. “Essa ação não tem impacto nos nossos membros, seus vínculos, serviços ou acesso aos nossos prédios na América Latina. Não causa nenhuma mudança nem exige qualquer ação”, disse a companhia.
“Desde 2021, as operações da WeWork LATAM, que incluem Argentina, Brasil, Chile, Colômbia e México, fazem parte de uma joint venture na qual o SoftBank Latin America Fund adquiriu a maioria das ações da empresa”, segue a nota, que também trouxe resultados financeiros da operação na América Latina.
“Concluímos a primeira metade do ano com um crescimento superior a 31% em nossa receita comparado ao mesmo período do ano passado e alcançamos um crescimento de receita 26% maior no segundo trimestre de 2023 comparado ao mesmo período em 2022”, disse a WeWork.