quinta-feira,19 setembro, 2024

Brasil carece de investimentos em descarbonização, mas tem amplo potencial na área, aponta Deloitte

Pesquisa sobre finanças sustentáveis apresentada durante a Climate Week de Nova York indica que 46% de líderes empresariais acredita, que a oferta de tecnologias ainda é baixa ou nenhuma

O Brasil é capaz de liderar um ponto de virada nas oportunidades de investimento sustentável, representando uma oportunidade para fornecedores de tecnologia nacionais e globais em um mercado repleto de potencial, porém ainda pouco explorado. A existência de diversos desafios para alcançar uma economia de baixo carbono no Brasil indica haver inúmeras oportunidades, especialmente em termos de investimentos em tecnologias verdes no País.

A perspectiva é de que o Brasil – mercado globalmente considerado como chave para reverter fatores causadores das mudanças climáticas – se encontre próximo de um ponto de virada, onde pode destravar seu potencial como destino desses investimentos. É o que sinalizam dados prévios do estudo “Finanças Sustentáveis”, realizado pela Deloitte para a AYA Earth Partners, um ecossistema de negócios de aceleração da economia de baixo carbono, e antecipados com exclusividade ao Um Só Planeta antes da apresentação oficial, nesta terça-feira (19), durante a Semana do Clima de Nova York.

A partir de um questionário online, foram consultados 102 executivos e executivas – quase 90% em posição de alta liderança em negócios que atuam no Brasil (membros de Conselho, CEO, presidentes, vice-presidentes, diretores e superintendentes). Desses respondentes, 46% acreditam que a oferta de tecnologias de descarbonização que possam ser aplicadas em seu setor é baixa ou nenhuma, 63% indicam que o grau de maturidade das tecnologias de baixo carbono disponíveis em seu segmento é baixo ou muito baixo – o que confirma haver amplo espaço no Brasil para investimentos em tecnologias de descarbonização.

Os números, avalia a Deloitte, apresentam a oportunidade de amadurecimento de tecnologias de descarbonização no País em consonância com diversos cenários positivos ao tema, como a crescente conscientização por parte de agentes de mercado sobre papéis e oportunidades em torno da questão climática; o maior envolvimento de governos federal e estaduais nas discussões e regulamentações; o desenvolvimento de novas linhas de crédito verde por instituições financeiras; e a estruturação de soluções integradas a novas tecnologias por parte de players de destaque no mercado.

Os insights antecipados do estudo serão apresentados em evento paralelo à Climate Week 2023 e à Assembleia Geral da ONU. Lideranças da Deloitte e da AYA Earth Partners contextualizaram os resultados durante um café da manhã com a participação de executivos da indústria financeira e dos setores de mineração, agronegócios, gestão florestal e fomento público ao desenvolvimento, entre outros, na sede da Deloitte nos Estados Unidos, no Rockefeller Center.

A pesquisa Finanças Sustentáveis foi realizada em três frentes principais: 1) entrevistas qualitativas em profundidade, 2) questionário online e 3) pesquisa secundária. Nas entrevistas em profundidade, foram ouvidos 28 líderes, sendo 11 representantes de empresas, três de instituições financeiras, sete de fundos de Private Equity ou Venture Capital e sete especialistas. O estudo completo deve ser divulgado ainda no segundo semestre de 2023.

Texto:  Guilherme Justino, de NY, Um Só Planeta

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