sábado,23 novembro, 2024

Confina Brasil 2023 identifica produção com responsabilidade ambiental

O Confina Brasil 2023 encerrou a primeira semana de visitas de sua quarta edição. De 5 a 7 de junho, profissionais especializados em agronegócio puderam conhecer seis propriedades que trabalham com sistemas intensivos ou semi-intensivos de produção pecuária em diferentes cidades paulistas. Os principais destaques das visitas foram a responsabilidade ambiental nas fazendas, assim como investimentos em tecnologia e pesquisas em universidades, além de projetos para expansão dos negócios e geração de bem-estar aos animais.

Inaugurando a atual edição da pesquisa-expedicionária, a visita ao Confinamento Valfran, em Álvares Florence (SP), ressaltou a importância da responsabilidade ambiental para a pecuária. A propriedade possui área de integração onde é cultivado banana, cacau e seringueira. “Todos os dejetos retirados das baias dos animais deixam de poluir o meio ambiente para colaborar com o cultivo dessas culturas. Os gestores nos contaram que, devido ao aproveitamento dos dejetos como adubo, o resultado no cultivo tem sido bem satisfatório”, conta Diego Rossin, médico-veterinário e técnico do Confina Brasil.

O Confinamento Valfran também informou aos visitantes do Confina que, em parceria com a Universidade Estadual Paulista (Unesp), conduz estudo para verificar a viabilidade do uso da casca do cacau como volumoso na dieta dos bovinos, já que o insumo é rico em fibra – o que o faz um ótimo item para o papel na alimentação dos bovinos. Atualmente, os gestores optam pelo fornecimento de bagaço de cana para essa função.

Outro exemplo de responsabilidade com o meio ambiente está em Sud Menucci (SP), onde fica a Fazenda Bonança, do Grupo Colpar. Esse foi o segundo destino da expedição em 5 de junho. Toda a água utilizada no confinamento é oriunda de um canal derivado de um rio que passa pela propriedade. Para preservar ao máximo o consumo desse recurso hídrico natural, a fazenda realiza o tratamento de toda a água utilizada.

Rossin destaca que “A Fazenda Bonança possui reservatório próprio e proíbe a pesca no rio por meio de uma reserva ambiental e que, assim como o cuidado com os recursos hídricos, o bem-estar animal também é prioridade ao usar brincos eletrônicos para identificação, em vez da marcação a ferro e fogo”.

A adoção de tecnologias avança nos confinamentos brasileiros. Como na propriedade tocada pela Cooperativa Agrícola Mista de Adamantina (Camda), em Adamantina (SP). Funcionando como boitel – no qual pecuaristas podem terceirizar a engorda de seus animais de maneira intensiva –, o confinamento utiliza uma trituradora, que “quebra” o grão de milho que é fornecido aos bovinos. Esse mesmo grão de milho passa por reidratação com o auxílio de caminhão-pipa e, posteriormente, serão aplicados inoculantes para, por fim, os grãos serem ensilados. Com isso, a silagem de grão úmido de milho, com cerca de 42% de umidade, é um dos insumos presentes nas dietas dos bovinos da propriedade.

Por fim, a expedição acompanhou a tendência de aumento da produção intensiva no Brasil, cada vez mais evidente. A ampliação de projetos já existentes é um dos indicadores dessa tendência. A Fazenda São Judas, da Pau D’Alho Agropecuária, de Presidente Venceslau (SP), por exemplo, concentra a maior parte dos seus investimentos na ampliação do negócio.

“O crescimento dessa fazenda já é bem acelerado. Há 5 anos, a capacidade estática do confinamento era de 1.500 cabeças e, em 2023, esse número já é de 13 mil cabeças. Mesmo assim, a propriedade planeja aumentar ainda mais o ritmo. Para isso, as estruturas das baias recebem grande parte dos investimentos. Com organização invejável e infraestrutura de primeira, a prioridade é elevar a capacidade de suporte”, informa Jayne Costa, zootecnista e analista de mercado da Scot Consultoria.

Fonte: Texto Comunicação

Redação
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