Um levantamento realizado pelo GEM (Global Entrepreneurship Monitor), maior pesquisa de empreendedorismo no mundo, revelou que quase metade (46%) dos brasileiros querem ser donos do próprio negócio. Este é o terceiro maior sonho da população. Enquanto isso, apenas 32% dos entrevistados manifestaram o desejo de construir uma carreira em uma empresa.
Os motivos para empreender são muitos, mas “fazer a diferença no mundo” (76%) e “ganhar a vida” (77%) em um mercado de trabalho desafiador foram as principais razões elencadas pelos participantes, conforme publicação do jornal O Tempo.
Dentre as opções mais atrativas para empreendedores, uma em particular tem ganhado cada vez mais destaque nos últimos anos: o mercado de nicho, um segmento com um potencial ainda pouco explorado, afirma Diego Shimohirao, CEO da Meu Kimono, loja de kimonos para prática de artes marciais.
Segundo Shimohirao, é comum que haja diversas dúvidas com relação ao tema: “Como funciona o mercado de nicho?”, “Quais as características desse mercado?” e “Como profissionais que atuam neste segmento podem desenvolver estratégias de vendas e de marketing?” são as principais questões.
Ele explica que, ao escolher um ramo de atuação, é normal que as pessoas busquem apenas pelo tamanho do mercado, esquecendo que, quanto maior o mercado, maior a concorrência. “A possibilidade de ter fortes players e bem estruturados é grande, contudo, torna-se mais desafiador ao empreendedor”.
Para o empresário, tão importante quanto mensurar o tamanho do setor, é mensurar a concorrência. “As chances de ter sucesso trabalhando em um mercado de nicho são muito maiores do que um mercado generalista, principalmente quando falamos de um pequeno empreendedor”.
Diego Shimohirao destaca que, quando o empreendedor é especializado em um mercado, conhece mais profundamente sobre ele, seus produtos, necessidades e carências. Desta forma, consegue se destacar e tornar-se autoridade no nicho escolhido.
“Quando nos especializamos em um mercado, conseguimos atender o nosso cliente na especificidade da sua dor, o que gera grande satisfação e fidelidade”, afirma
A título de exemplo, Shimohirao conta que, antigamente, quando o cliente começava a praticar uma arte marcial, tinha que comprar o kimono que encontrava. Segundo ele, a proposta da Meu Kimono é atender a este cliente oferecendo uma variedade de produtos de forma que ele possa escolher um kimono, não somente com as características técnicas necessárias, mas também com o design – cor, patch, bordado – que seja de seu agrado.
“Hoje, o kimono deixou de ser um uniforme de luta e passou a ser um artigo de moda”, pontua. “Para os empresários que pensam em atuar com o mercado de nicho, vale lembrar que não conseguimos ser bons em tudo, mas podemos ser especialistas em um mercado elevando o nível do nosso conhecimento sobre um determinado nicho”, conclui.
Fonte: Folha Vitória