Elon Musk, o novo proprietário do Twitter e até recentemente a pessoa mais rica do mundo, investiu boa parte de seu tempo, energia e dinheiro na rede social nos últimos meses, mas a empolgação parece ter esfriado.
Na noite de terça-feira, ele anunciou planos de encontrar outra pessoa para o comando da empresa, após uma enquete que ele próprio lançou no Twitter mostrar que quase 58% dos usuários que participaram queriam que ele renunciasse.
Durante a janela de 12 horas em que a votação permaneceu aberta, Musk tuitou incansavelmente. Ele parecia cético de que a empresa pela qual pagou US$ 44 bilhões há apenas dois meses consiga sustentar as operações.
“A questão não é encontrar um CEO”, escreveu ele logo após o início da enquete na tarde de domingo. “A questão é encontrar um CEO que consiga manter o Twitter vivo.”
Quando Lex Fridman, o popular pesquisador de inteligência artificial e podcaster, ofereceu para liderar o Twitter para Musk, o CEO respondeu que Fridman “deve gostar muito de sofrer”.
“Uma pegadinha: você tem de investir suas economias de uma vida inteira no Twitter e ele caminha rápido para a falência desde maio”, acrescentou. “Ainda quer o emprego?”
Após confirmar que se afastaria, Musk falou do aperto financeiro da empresa no programa de áudio ao vivo Twitter Spaces. Ele disse que o Twitter enfrenta o risco de um fluxo de caixa negativo em cerca de US$ 3 bilhões no próximo ano por causa do plano de gastos e pagamentos de juros, e que foi por isso que ele passou as últimas semanas “cortando custos como um louco”. Ele disse que, com isso, a empresa pode chegar perto de um equilíbrio do fluxo de caixa, mas “vai ser difícil”.
Musk tuitou incessantemente durante sua gestão. Ele arrumou brigas com a mídia, vazou mensagens privadas e e-mails de seus próprios funcionários, desafiou a Apple, restabeleceu a conta do ex-presidente Donald Trump com base nos resultados de uma enquete no Twitter e recentemente começou a discutir a possibilidade de seu próprio assassinato.
Musk tem o dom de se tornar o principal assunto de discussão no Twitter, mesmo quando não pretende ser, como quando foi vaiado no show do comediante Dave Chapelle em San Francisco no início deste mês.
Por Bloomberg