segunda-feira,23 setembro, 2024

Profissionais neurodiversos se destacam em trabalhos com inteligência artificial

O uso de inteligência artificial em atividades diárias dentro de algumas empresas tem aberto um campo de oportunidades para profissionais neurodiversos. De acordo com a Bloomberg, a Enabled Intelligence, startup que trabalha principalmente com IA para agências federais dos EUA, ajustou suas regras de trabalho para contemplar essas profissionais, além de construir três novas áreas com foco na força de trabalho neurodiversa.

Segundo Peter Kant, diretor executivo da Enabled Intelligence, a startup se inspirou num projeto de um programa israelense, que foca no recrutamento de pessoas do espectro autista para o trabalho com ferramentas de inteligência artificial. As tarefas envolvem atividades repetitivas e atenção aos detalhes, com treinamento de algoritmos que dependem do reconhecimento de padrões, resolução de quebra-cabeças e foco profundo – qualidade que são características a muitos profissionais do espectro autistas.

Neste contexto de oportunidades, Jordan Wright é um exemplo de profissional que deixou uma vaga de empacotador de supermercado para trabalhar inspecionando fotos de satélite. “Posso dizer facilmente que essa é a melhor oportunidade que tive na vida”, disse Wright. Durante décadas, trabalhadores neurodiversos, especialmente autistas, enfrentaram discriminação e níveis de desemprego desproporcionalmente altos.

De acordo com os especialistas, as empresas de tecnologias dos EUA demoraram para perceber o potencial de talentos que estavam ignorando. Esses profissionais ainda representam menos de 12% da força de trabalho de pessoas com deficiência nos EUA, de acordo a Bloomberg. “Em outros países isso é uma coisa já feita”, disse Teresa Thomas, líder do programa de capacitação de talentos neurodiversos no MITRE, que opera centros de pesquisa e desenvolvimento financiados pelo governo federal.

Thomas destaca programas do tipo bem estabelecidos na Dinamarca, Israel, Reino Unido e Austrália. Ela ressalta, ainda, que algumas pesquisas já indicaram que os profissionais neurodiversos do espectro autista têm a capacidade de analisar grandes conjuntos de dados e identificar padrões e tendências em taxas que excedem em muito as pessoas que não são autistas.

Por: Soraia Alves

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