domingo,24 novembro, 2024

Conveniência, autoatendimento e outras tendências do varejo na prática

Metaverso, conveniência, proximidade, autoatendimento, Internet das Coisas. Palavras como essas têm permeado o tema “futuro do varejo” nos últimos anos. Mas como elas devem, na prática, moldar esse futuro? Essa aplicabilidade foi analisada por Christian Rempel, gerente de Consultoria para Varejo da Logicalis, em entrevista à Mercado&Consumo.

“Quando falamos de tendências, existem coisas muito práticas e outras que são ‘hype’. Mas o Brasil não está atrás quando se fala, por exemplo, em testar novas tecnologias”, destaca o executivo.

Conveniência, autoatendimento e outras tendências do varejo na prática
Christian Rempel, gerente de Consultoria para Varejo da Logicalis

Proximidade

Uma das tendências mais fortes hoje no varejo é a proximidade, afirma Christian Rempel. Ele cita o exemplo da rede Oxxo, que se notabilizado pela expansão acelerada no Brasil, com um grande volume de inaugurações por mês. “São lojas de bairro, mais próximas do consumidor e menores, com um mix enxuto de produtos. Ela cobra mais e pode cobrar mais, porque o cliente está ali trocando facilidade por preço.”

O gerente de Consultoria para Varejo da Logicalis destaca que o sucesso do modelo tem a ver com a mudança no comportamento do consumidor. “Vinte anos atrás, ele fazia compras grandes e super e hipermercados. Hoje, tanto na Europa quanto aqui, existe a maior recorrência, a frequência semanal.” Na prática, essa mudança se vê também no exemplo do Grupo Pão de Açúcar, que está fechando as lojas da marca Extra e as transformado em atacarejos Assaí.

Autoatendimento

Os totens de autoatendimento das lanchonetes de fast-food são outro exemplo prático de como o que até pouco tempo era uma aposta virou parte do cotidiano do cliente. Além do sucesso a implementação por parte de marcas como McDonald’s, Christian Rempel destaca o modelo da curitibana The Coffee.

“É um modelo baseado num espaço pequeno, com um ou dois funcionários, e produtos de altíssima qualidade. O preço é menor do que o de grandes marcas e proposta de marca está na implementação de tecnologia. O cliente tem um tablet para fazer o pedido, que pode ser customizado, ele insere seu nome, diz como vai pagar e é direcionado para a maquininha. A experiência é muito boa, a quantidade de cliques é mínima, é muito ‘user friendly‘”, conta.

Conveniência

O gerente de Consultoria para Varejo da Logicalis destaca também como a conveniência passou a ser importante para o consumidor, o que resultou no renascimento de redes como BR Mania e AmPm, que andavam quase esquecidas nos últimos anos. Esse cenário mudou completamente. A AmPm tem planos de chegar a 5 mil unidades em cinco anos. A BR Mania fez uma joint-venture com a Americanas.

“Nesse sentido, o modelo de mercado de condomínio é uma super sacada. Ele começou a ganhar espaço na pandemia, mas independe dela, e quem está dominando esse modelo são pequenos e médios varejistas, além de novos entrantes.”

Conveniência, autoatendimento e outras tendências do varejo na prática
Ame Go, loja autônoma da Americanas

Internet das Coisas

Uma tendência que tem conexão direta com a da conveniência é, de acordo com Christian Rempel, a da Internet das Coisas (ou IoT, na sigla em inglês). Ele cita o exemplo da Ame Go, da Americanas, uma loja autônoma que funciona sem funcionários ou caixa e que funciona totalmente à base de Inteligência Artificial.

“É a IoT no varejo físico. Esse conceito tem um apelo muito forte à jornada do consumidor, porque uma das principais dores da loja física é a fila. Nessa loja, todas as gôndolas têm balanças embarcadas, existem sensores no teto, câmeras de proximidade e pagamento por aproximação. Um dos desejos do varejista é ter controle do estoque em tempo real, e a loja autônoma permite uma  gestão muito mais controlada. A tecnologia conversa muito bem com o tema da conveniência.”

Metaverso

Para o gerente de Consultoria para Varejo da Logicalis, o metaverso é uma tendência forte, mas ainda restrita a alguns setores, como o de moda e de games. “No metaverso, a experiência tem de valer muito a pena. Senão, entro num e-commerce e faço mais a compra mais fácil. É preciso gerar valor no ambiente digital”, analisa.

Da mesma forma, a ida da indústria diretamente até o consumidor final (DTC, Directo to Consumer) não é para todo tipo de empresa, na análise de Christian Rempel. “É uma operação com ticket pequeno para uma complexidade muito alta. Não que o DTC não seja, para o varejo seja, uma grande oportunidade. Ele é. Mas, quanto todo mundo está fazendo, existe o impulso de que se deveria fazer também.”

Imagens: Shutterstock e Divulgação

Por: Aiana Freitas

Redação
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