Dos 990 projetos de hidrogênio sustentável mapeados no mundo desde o ano 2000, apenas quatro estão no Brasil, conforme a Confederação Nacional da Indústria (CNI), que lança nesta semana o estudo Hidrogênio Sustentável: Perspectivas e Potencial para a Indústria Brasileira.
A entidade destaca as oportunidades para consolidar duas tecnologias de produção de hidrogênio no setor industrial: o “hidrogênio verde”, a partir de fontes de energia renováveis sem emissão de gases, como a geração eólica e solar, e o “hidrogênio azul”, a partir da exploração do gás natural com captura e armazenamento de carbono.
O documento, de 142 páginas, aponta que os segmentos de refino e fertilizantes têm potencial de uso imediato do hidrogênio sustentável como estratégia de descarbonização. Além disso, os segmentos de siderurgia, metalurgia, cerâmica, vidro e cimento têm grande potencial para adoção do hidrogênio sustentável no curto e no médio prazos – entre três e cinco anos.
O presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, avalia que o Brasil tem todas as condições para ser protagonista no processo de descarbonização da economia no mundo através de tecnologias limpas como o hidrogênio verde.
“A consolidação do Brasil como produtor de hidrogênio tem o potencial de gerar empregos, atrair novas tecnologias e investimentos e desenvolver modelos de negócios, bem como inserir o País numa posição relevante na cadeia global de valor, o que pode alterar positivamente a balança comercial do País”, acrescenta.
Para isso, a CNI cobra medidas estruturantes voltadas para o desenvolvimento do hidrogênio sustentável, como o fomento à produção de equipamentos para essa finalidade, o incentivo ao financiamento para descarbonizar setores competitivos, a criação de uma infraestrutura de transporte e armazenamento do hidrogênio e a capacitação de pessoas para trabalhar nessa cadeia.
O estudo da CNI, que também propõe a criação do Observatório da Indústria para o Hidrogênio Sustentável, será lançado no evento “Estratégias da Indústria para uma Economia de Baixo Carbono”, que se realiza hoje e amanhã no Palácio Tangará, em São Paulo (SP).
Com informações de Estadão Conteúdo
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Por: Mercado e Consumo