Os bancos Bradesco (BBDC4) e BNP Paribas revisaram na sexta-feira (29) suas projeções para o crescimento econômico do Brasil ainda neste ano. O Bradesco elevou de 1,8% para 2,3% a sua estimativa de alta do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil. O BNP subiu sua projeção de 1,5% para 2,5%. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Os relatórios das duas instituições apontam que a mudança nas expectativas para o PIB do Brasil reflete surpresas positivas para a atividade doméstica, mercado de trabalho e mais estímulos fiscais.
“O saque extraordinário do FGTS entre maio e junho e o mercado de trabalho aquecido devem ter impulsionado o aumento do consumo das famílias no período”, diz relatório do Bradesco. “Já as medidas aprovadas recentemente pelo Congresso Nacional, como o incremento do Auxílio Brasil e subsídios tributários, deverão sustentar uma variação ainda positiva no terceiro trimestre, adiando a desaceleração que esperávamos anteriormente”, continua o documento.
O relatório do BNP Paribas menciona o crescimento rápido do mercado de trabalho, com a geração de mais de 1,3 milhão de postos formais no ano até junho de 2022, e a taxa de desemprego, que se situa abaixo do nível pandêmico.
“Os salários reais permanecem mais baixos do que os em 2020, o que sugere que não há pressão no mercado de mão de obra. Esperamos ver mais melhorias antes de uma reversão em 2023″, afirma o relatório assinado por Laiz Carvalho, economista de Brasil, e Gustavo Arruda, diretor de pesquisa para América Latina do BNP Paribas.
Cenário mundial deve refletir sobre PIB do Brasil
Diante do desempenho melhor que o esperado da economia e das surpresas recorrentes com o mercado de trabalho, o Bradesco prevê queda da taxa de desemprego a 8,0% no fim deste ano.
Relatório do BNP diz ainda que as perspectivas mundiais continuarão a impactar o Brasil. A instituição cita a ‘inflação elevada, alta nos juros e baixo crescimento’ como as principais características da economia do mundo por algum tempo.
“Enquanto o crescimento global e a alta os preços das commodities beneficiaram o PIB do Brasil neste ano, acreditamos que esses dois fatores fornecerão menos ajuda no futuro”, afirma o relatório dos economistas do BNP Paribas. Conforme o relatório, os preços das commodities devem permanecer elevados em relação ao níveis pré-pandemia, mas provavelmente terão espaço limitado subir muito mais.
Por Beatriz Boyadjian