terça-feira,26 novembro, 2024

Nova artéria no braço é um sinal da evolução humana recente, dizem cientistas

Cientistas australianos notaram a evidência de uma novo traço evolutivo nos seres humanos — na verdade, uma “microevolução”. É uma terceira artéria nos braços, que normalmente está presente apenas nos fetos em desenvolvimento no útero, desaparecendo depois. Pois muitos adultos estão apresentando a presença permanente dessa artéria nos últimos anos.

Normalmente, ao pensarmos em “evolução humana”, o que vem à nossa mente são mudanças grandes e muito perceptíveis, como a presença de polegares, a postura ereta ou o pensamento abstrato. A artéria vem para nos mostrar que pequenas mudanças também ocorrem e têm sua própria importância — e mais, a veia não está sozinha no rol de novos aparecimentos em nosso corpo.

Uma artéria extra no braço é a estrela evolutiva da vez, mas ela não está sozinha (Imagem: Girl with red hat/Unsplash)

Vai uma artéria extra aí?

Durante o desenvolvimento humano no útero, a terceira artéria serve para transportar sangue até os antebraços e mãos, sendo substituída por duas outras antes do nascimento. A presença contínua da veia tem aumentado dramaticamente, de acordo com os pesquisadores australianos que estão monitorando o fenômeno.

A descoberta foi feita ao analisar a literatura acadêmica de anatomia e dissecar a parte anterior dos braços de cadáveres doados: os dados mostram que uma pessoa nascida em meados dos anos 1880 tinham 10% de chance de apresentar a artéria extra, enquanto um indivíduo de meados do 1900 tinha uma chance de 30%.

Novas microevoluções no corpo humano estão muito presentes em nosso corpo, não apenas grandes mudanças (Imagem: DEA Picture Library)

Segundo os cientistas, isso resulta de mutações nos genes envolvidos no desenvolvimento de artérias mediais ou problemas de saúde nas mães durante a gravidez — talvez os dois. Se a tendência se manter, é previsto que a maioria das pessoas nascidas em 2100 apresentem essa microevolução, e ainda se beneficiem dela. A veia aumenta a circulação sanguínea para as mãos e pode funcionar como um “estepe” circulatório, ajudando no fluxo sanguíneo em caso de problemas com outras artérias e veias.

Outras mudanças e sua importância

E essa terceira roda circulatória nos braços tem companhia na cartela de evoluções recentes. Cientistas vêm notando cada vez mais pessoas nascendo com um espaço entre os ossos da espinha (fenômeno conhecido como spina bifida occulta), um osso extra nos joelhos (a fabela) ou a falta dos dentes sisos.

A maioria das pessoas com spina bifida occulta pode morrer sem saber que teve essa característica nos ossos, mas a fabela pode acabar causando problemas de saúde. Já a falta dos sisos é um benefício óbvio, já que evita mais uma cirurgia invasiva para remover os incômodos dentes extras. Ficar de olho em microevoluções como essas é importante, já que os médicos precisar saber o que muda em nosso corpo e como isso pode impactar na saúde dos pacientes.

Fonte: Canal tech

Redação
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