segunda-feira,25 novembro, 2024

O inverno chegou: veja seis truques da ciência para ficar aquecido em casa.

O inverno começa no Brasil oficialmente às 6h14 (horário de Brasília) desta terça-feira (21) com chances de geadas no Sul e Sudeste, além de possibilidade de neve em áreas serranas e planaltos também do Sul. Para você evitar os impactos do frio ao longo do inverno, Tilt destaca a seguir dicas da ciência para você se manter aquecido sem a necessidade de aquecedores e lareiras.

1. Pijama reforçado ou cobertor mais pesado?

Dependendo da escolha, as noites de frio podem ser mais ou menos confortáveis. Para ficar o mais quente possível na hora de dormir, use uma combinação de pijama e cobertor.

Para ter conforto térmico (ou seja, usar uma quantidade normal de roupas sem sentir frio ou calor demais), opte pelo cobertor.

Para ter conforto térmico (ou seja, usar uma quantidade normal de roupas sem sentir frio ou calor demais), opte pelo cobertor.

A explicação para isso está na área da física chamada termodinâmica, que estuda as causas e efeitos de eventos como trocas de calor, variações de temperatura e transformação de energia.

A combinação de pijama e cobertor funciona melhor para aquecer, porque coloca mais superfícies intermediárias entre o seu corpo e o ambiente, diminuindo drasticamente a perda de calor.

Mais quente, porém, não quer dizer mais confortável. Quando a temperatura do “sistema” corpo-agasalho-cobertor aumenta muito, é preciso “ligar” o mecanismo de resfriamento do corpo: o suor. Neste caso, há a sensação de desconforto. Tirar o cobertor após suar, fará você sentir mais frio de novo, porque a água é um excelente condutor térmico.

Por que isso ocorre?

O corpo humano funciona, basicamente, como uma usina transformadora de energia. Pijama e cobertor funcionam como barreiras que limitam a perda de calor do seu corpo.

Há diferentes meios pelos quais o corpo perde calor:

Transpiração: o processo de evaporação da água através da pele. Em exercícios intensos, o corpo perde 85% do seu calor pela transpiração;

Condução: quando se perde calor por contato com objetos ou substâncias. Em temperaturas do ar abaixo dos 20ºC, o corpo perde cerca de 2% de sua temperatura por meio da condução pelo ar. Outro caso ocorre na água –que, aliás, conduz calor muito melhor do que o ar;

Convecção: é a resposta ao movimento natural do ar quente tentando subir e roubando calor do corpo. Normalmente o corpo perde de 10 a 15% de sua temperatura dessa forma;

Radiação: é a principal forma, especialmente quando a temperatura do ar está abaixo de 20 ºC. Isso se dá pela emissão de radiação infravermelha, que é responsável por 65% da perda de calor do corpo.

Essa perda de calor não é algo ruim: é fundamental para que o corpo funcione corretamente. A nossa anatomia é “desenhada” para maximizar a eliminação de calor para o ambiente.

“O corpo humano está normalmente acima da temperatura ambiente e isso, por si só, já faz com que ele perca calor todo o tempo. Essa perda de calor também é fundamental para garantir que o corpo se mantenha dentro de um intervalo bem restrito de temperaturas, algo exigido para a manutenção da nossa vida”, explica Leandro Russovski Tessler, professor de Física da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas)

Pijamas e cobertores limitam a perda de calor do corpo ao interromper os processos de evaporação, radiação, condução e convecção. Para isso, utilizam materiais que são maus condutores térmicos, como lã e tecidos sintéticos.

Ao manterem o ar quente próximo do corpo, o processo de convecção também é afetado. Paralelamente, ter uma superfície intermediária entre você e o ambiente também diminui a eficiência do processo de radiação.

2. Cuidado com o “choque térmico”

De acordo com Fábio André Santos Pampolha, médico de família e comunidade do Centro de Estudos e Pesquisas Dr. João Amorim (Cejam), diante de uma variação brusca de temperatura, o corpo reage alterando o calibre dos vasos sanguíneos. “Isso pode ocasionar desde um leve mal-estar até quadros graves de arritmias cardíacas, alterações pulmonares e metabólicas”, explica.

Ainda que isso seja improvável de acontecer na sua casa, uma boa opção —inclusive em termos de conforto— para quem quer aposentar o pijama nas noites frias é manter uma roupa por perto para vestir assim que você sair da cama.

3. Acumule calor quando for possível.

Aproveite a luz do Sol ao máximo, abrindo as cortinas e deixando os vidros semiabertos para que o calor aqueça o ambiente e haja circulação de ar. Tome cuidado para que o Sol não encontre obstáculos tais como plantas grandes ou móveis, explica o arquiteto e urbanista Eduardo Pizarro. Após o pôr do sol, ou ao final da tarde, a dica é fechar as cortinas e vedar bem qualquer fresta de vento para evitar a troca térmica inversa —de quente para frio.

Esse princípio rudimentar de acumular energia é usado há centenas de anos no Ártico para a construção dos iglus, cujas paredes, assim como toda sua estrutura, são feitas de neve.

4. Barre o frio.

Se você colocar a mão no vidro da janela perceberá que ele está gelado no final do dia. Então, qualquer obstáculo que puser ali, vai ajudar a manter a temperatura. “As cortinas blackout funcionam melhor que uma cortina mais fina”, afirma João Carlos Lopes Fernandes, professor de engenharia do Instituto Mauá. Mas existem outras soluções práticas para bloquear frestas: colocar panos secos, fitas adesivas e velcros dupla face entre a janela e as cortinas.

5. Isole as paredes geladas

Nas madrugadas, as paredes voltadas para o exterior do imóvel ficam geladas por causa da umidade relativa do ar, que aumenta e é absorvida. No quarto, dá para reduzir o contato criando camadas de isolamento térmico.

O uso de cobertores, tapetes felpudos, cortinas pesadas ou, em casos extremos, forrar paredes com livros, quadros ou espelhos evita a difusão de umidade acumulada nas paredes.

6. Desencoste a cama da parede

Seguindo esta lógica, deixar camas, sofás e mesas muito próximas das paredes, sobretudo se elas forem as paredes externas do imóvel. A disposição dos imóveis conta. Assim como no calor, em que uma parede exposta o dia todo ao sol tende a deixar os móveis também mais quentes, se esses mesmos móveis ficarem encostados ou perto das paredes em dias no frio, a tendência é que a pessoa também sinta mais frio se estiver neles.

Fonte: uol.com.br

Redação
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