O YouTube anunciou, nesta quinta-feira (21), que tomou medidas para proibir a publicação de informações falsas relacionadas ao aborto, quase um mês após a Suprema Corte dos Estados Unidos anular o direito constitucional à interrupção voluntária da gravidez.
“A partir de hoje e durante as próximas semanas, removeremos conteúdo que instrua sobre métodos inseguros de aborto ou promova falsas alegações sobre os perigos do aborto”, disse uma porta-voz da plataforma.
O portal de vídeos do Google adicionará conteúdos sobre aborto às suas políticas de desinformação médica, que já proíbem conteúdo falso ou enganoso sobre covid-19 e vacinas.
A plataforma mencionou “afirmações de que abortos são muito arriscados ou muitas vezes causam câncer ou infertilidade” como exemplos de conteúdos que serão removidos.
“Estamos avaliando nossas políticas e produtos continuamente, à medida que os eventos da vida real se desenrolam”, disse a porta-voz.
Desde que a Suprema Corte revogou o direito ao aborto, vigente em todo o país desde 1973, vários estados conservadores já restringiram ou proibiram o acesso a intervenções de interrupção da gravidez.
Google, Meta – empresa matriz do Facebook e do Instagram – e outras plataformas têm sido questionadas sobre esta questão por legisladores e associações, que pedem que protejam as mulheres garantindo que as mensagens e ofertas de ajuda permaneçam online e, acima de tudo, que não armazenam tantos dados pessoais.
As plataformas temem que informações pessoais de mulheres que fizeram abortos ou de pessoas que as ajudaram, como pesquisas online, viagens de Uber, etc., sejam utilizadas contra elas por promotores nos estados conservadores.
No início do mês, o Google anunciou que dados de localização dos usuários seriam automaticamente apagados ao visitar uma clínica de aborto.
Jen Fitzpatrick, vice-presidente do gigante tecnológico, garantiu que suas equipes costumam “rejeitar” os pedidos das autoridades “quando são muito extensos”.
O YouTube também divulgou planos de criar um painel de informações sobre aborto, para “dar às pessoas o contexto das autoridades de saúde locais e internacionais”.
Por: France Presse