sábado,23 novembro, 2024

Vozes Negras pelo Clima: Rede de lideranças negras estará presente na COP28, em Dubai

Mulheres negras que lutam contra o racismo ambiental e pela promoção da justiça climática em seus territórios vão marcar presença na próxima conferência do clima

Fala minha lindeza climática, bele?

Eu estava refletindo sobre todos as nossas conversas e lembrei do primeiro artigo aqui, no qual eu questionei: A crise climática é assunto de branco rico? Nem parece que esse texto foi publicado somente há dois anos, o tempo passou voandoooo e muitas coisas mudaram de lá pra cá.

Ainda há muito a ser feito, mas me alegro em dizer que participei de uma transformação inclusiva dentro do debate de mudanças climáticas. Hoje já é mais comum ver as próprias pessoas pertencentes a grupos vulnerabilizados falando sobre os impactos da crise climática nos seus corpos e territórios. Vejo mais gente preta, favelada, quilombola, indígenas, mulheres e pessoas com deficiência falando sobre a interseccionalidade de suas lutas com a agenda climática.

2021 foi o ano que o movimento negro brasileiro participou da sua primeira conferência de forma organizada, por meio da delegação da Coalizão Negra por Direitos na COP26, em Glasgow, no Reino Unido. Já em 2022, a Conferência de Mudanças Climáticas da ONU foi sediada no Egito, o país africano que é considerado o berço da humanidade e que contou com forte presença negra. Agora em 2023, na COP 28 – Dubai (Emirados Árabes Unidos), tenho a alegria de compartilhar que farei parte da delegação Vozes Negras Pelo Clima, grupo composto por 9 das 11 lideranças da Rede Vozes Negras pelo Clima, mulheres negras que lutam contra o racismo ambiental e pela promoção da justiça climática em seus territórios.

A formação da rede contou com o apoio da Anistia Internacional e carrega a missão de potencializar estratégias para diminuir os impactos da crise climática por meio de uma agenda contínua que influencia, mobiliza e engaja pessoas, empresas e governos (nacionais e subnacionais) na busca por melhorias nas políticas públicas nos territórios periféricos.

Sentiu a potência desse vídeo?

E já não era sem tempo! Se queremos encontrar soluções eficientes para as mudanças climáticas, precisamos dialogar com os grupos que estão na linha de frente dessa crise. Neste ano, nosso time será representado por lideranças de favelas, quilombos, comunidades pesqueiras, ribeirinhas, quebradoras de coco babaçu e de religiões de matriz africana que carregarão dois grandes objetivos:
– Chamar atenção das autoridades nacionais e internacionais para a urgência na adoção do antirracismo como prioridade das políticas climáticas dos países signatários de acordos multilaterais.
– Divulgar um documento que registra violações de direitos relacionadas, direta e indiretamente, às injustiças climáticas por quais têm passado os territórios de origem das lideranças da Rede Vozes Negras pelo Clima.
Querida lindeza climática, se prepara porque vem babado fortíssimo por aqui! Se você deseja descolonizar o seu olhar para as questões climáticas, fique de olho no trabalho do nosso grupo nos próximos meses : )
I won't be silent — Foto: Reprodução

Texto:  Amanda Costa

Redação
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