Mulheres negras que lutam contra o racismo ambiental e pela promoção da justiça climática em seus territórios vão marcar presença na próxima conferência do clima
Fala minha lindeza climática, bele?
Eu estava refletindo sobre todos as nossas conversas e lembrei do primeiro artigo aqui, no qual eu questionei: A crise climática é assunto de branco rico? Nem parece que esse texto foi publicado somente há dois anos, o tempo passou voandoooo e muitas coisas mudaram de lá pra cá.
Ainda há muito a ser feito, mas me alegro em dizer que participei de uma transformação inclusiva dentro do debate de mudanças climáticas. Hoje já é mais comum ver as próprias pessoas pertencentes a grupos vulnerabilizados falando sobre os impactos da crise climática nos seus corpos e territórios. Vejo mais gente preta, favelada, quilombola, indígenas, mulheres e pessoas com deficiência falando sobre a interseccionalidade de suas lutas com a agenda climática.
2021 foi o ano que o movimento negro brasileiro participou da sua primeira conferência de forma organizada, por meio da delegação da Coalizão Negra por Direitos na COP26, em Glasgow, no Reino Unido. Já em 2022, a Conferência de Mudanças Climáticas da ONU foi sediada no Egito, o país africano que é considerado o berço da humanidade e que contou com forte presença negra. Agora em 2023, na COP 28 – Dubai (Emirados Árabes Unidos), tenho a alegria de compartilhar que farei parte da delegação Vozes Negras Pelo Clima, grupo composto por 9 das 11 lideranças da Rede Vozes Negras pelo Clima, mulheres negras que lutam contra o racismo ambiental e pela promoção da justiça climática em seus territórios.
A formação da rede contou com o apoio da Anistia Internacional e carrega a missão de potencializar estratégias para diminuir os impactos da crise climática por meio de uma agenda contínua que influencia, mobiliza e engaja pessoas, empresas e governos (nacionais e subnacionais) na busca por melhorias nas políticas públicas nos territórios periféricos.
Texto: Amanda Costa