Os gastos dos consumidores americanos nas compras de fim de ano devem se manter “saudáveis”, mesmo diante da inflação em alta. A projeção da National Retail Federation (NRF), a federação que representa o setor nos Estados Unidos, é de que as vendas do varejo durante novembro e dezembro vão crescer entre 6% e 8% na comparação com 2021, para algo entre US$ 942,6 bilhões e US$ 960,4 bilhões. As vendas de fim de ano de 2021 cresceram 13,5% em relação a 2020 e totalizaram US$ 889,3 bilhões, quebrando recordes.
“Enquanto os consumidores estão sentindo a pressão da inflação e dos preços mais altos, e embora haja estratificação contínua com gastos e comportamento do consumidor entre as famílias em diferentes níveis de renda, os consumidores permanecem resilientes e continuam a se envolver no comércio”, disse o presidente e CEO da NRF, Matthew Shay. “Diante desses desafios, muitas famílias complementarão os gastos com poupança e crédito.”
A NRF espera que as vendas online e outras vendas fora da loja, que estão incluídas no total, aumentem entre 10% e 12%, para entre US$ 262,8 bilhões e US$ 267,6 bilhões. Esse valor é superior aos US$ 238,9 bilhões do ano passado. Embora o comércio eletrônico continue sendo importante, espera-se que as famílias também voltem às compras no varejo físico e a uma experiência de de fim de ano mais tradicional.
“Este ciclo de temporada de férias é tudo, menos típico”, disse o economista-chefe da NRF, Jack Kleinhenz. “A previsão de fim de ano da NRF leva em consideração vários fatores, mas a perspectiva geral é geralmente positiva, pois os fundamentos do consumidor continuam apoiando a atividade econômica. Apesar dos níveis recordes de inflação, aumento das taxas de juros e baixos níveis de confiança, os consumidores têm se mantido firmes em seus gastos.”
Temporada de compras
A federação que representa o varejo nos EUA destaca, ainda, que a temporada de compras de fim de ano começou mais cedo em 2022, uma tendência que vem se crescendo nos últimos anos por causa da maior preocupação dos consumidores com a inflação e a disponibilidade de produtos.
“Os varejistas estão respondendo a essa demanda, pois vimos vários grandes eventos de compra programados em outubro. Embora isso possa resultar em algumas vendas sendo antecipadas, esperamos ver ofertas e promoções contínuas ao longo dos meses restantes”, afirma Kleinhenz.
Os dados da NRF mostram que os consumidores passaram a antecipar as compras como forma não só de distribuir seus orçamentos, mas também de evitar o estresse de novembro e dezembro.
Este ano, por causa da preocupação com a inflação, 46% dos consumidores disseram que planejavam buscar produtos ou comprar antes de novembro, de acordo com a pesquisa anual da NRF realizada pela Prosper Insights & Analytics. Ainda assim, os consumidores planejam gastar US$ 832,84 em média em presentes e itens de festas, como decorações e alimentos, em linha com a média da última década.
A NRF espera que os varejistas contratem entre 450 mil e 600 mil trabalhadores sazonais. O número é inferior ao registrado no ano passado, quando o varejo fez 669.800 contratações do tipo.
A previsão da NRF está alinhada com a previsão anual da organização para vendas no varejo, que previa que as vendas cresceriam entre 6% e 8%, para mais de US$ 4,86 trilhões, em 2022.
Os dados são baseados em modelagem econômica que considera uma variedade de indicadores, incluindo emprego, salários, confiança do consumidor, renda disponível, crédito ao consumidor, vendas anteriores no varejo e clima. O cálculo da NRF exclui revendedores de automóveis, postos de gasolina e restaurantes para se concentrar no varejo básico. A NRF define a temporada de fim de ano como sendo de 1º de novembro a 31 de dezembro.
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Por: Mercado e Consumo