quarta-feira,27 novembro, 2024

USP de Ribeirão Preto ajuda a desenvolver plataforma que identifica tendências de doenças com base na dieta

A Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto (SP), em parceria com a Universidade de San Diego (EUA), ajudou a desenvolver uma plataforma que pode identificar, com base na dieta, tendências em pessoas que têm alguma doença.

Segundo o pesquisador Noberto Peporine Lopes, o estudo trouxe um avanço significativo para ciência, já que aumenta a quantidade de informações disponíveis sobre as substâncias que estão no organismo, principalmente as que vêm de alimentos.

“Há dois anos, nós conseguíamos, no máximo, fazer a anotação. Essa anotação não é a identificação da substância e, sim, uma sugestão de qual poderia ser aquela substância química. Até dois anos atrás, nós conseguíamos fazer a anotação de no máximo 10% das substâncias do corpo humano. Significa que nós tínhamos um universo de mais de 90% para entender ainda.”

USP de Ribeirão Preto ajuda a desenvolver plataforma que identifica tendências de doenças com base na dieta — Foto: Ronaldo Gomes/EPTV

O banco de dados está em operação há cerca de 15 dias e já é o segundo maior repositório de substância no mundo, se contar com o primeiro que é privado.

“Ela está com acessos diários na casa dos milhares, no mundo inteiro. Centros de pesquisa, centros hospitalares, centros de saúde humana, [todos estão] entrando e tentando alimentar [o banco]. Acredito eu que a contribuição do Brasil foi significativa para esse avanço”, diz Lopes.

Análise e cadastro de dados

Por meio de fezes e sangue, um espectrômetro de massas faz a análise de tudo que existe no corpo humano, principalmente substâncias que estão no organismo e vêm de alimentos — Foto: Ronaldo Gomes/EPTV

Por meio de fezes e sangue, um espectrômetro de massas faz a análise de tudo que existe no corpo humano, principalmente substâncias que estão no organismo e vêm de alimentos — Foto: Ronaldo Gomes/EPTV

Por meio de fezes e sangue, uma máquina alemã chamada espectrômetro de massas, que fica no laboratório de produtos naturais da Faculdade de Farmácia da USP-RP, faz uma análise completa de tudo que existe no corpo humano.

Isso só é possível porque ela trabalha sem parar e separa todas as substâncias que fazem parte do metaboloma humano, ou seja, a química do corpo.

Essa máquina começou a ser usada em 2000 e, em 2016, 100 pesquisadores do mundo deram início à formação de um grande banco de dados. Assim, todos os resultados das análises são colocados na plataforma de forma colaborativa entre diversos cientistas.

Auxílio no diagnóstico de doenças

Resultados de análises de substâncias químicas servem para auxiliar médicos no diagnóstico de doenças — Foto: Ronaldo Gomes/EPTV

Resultados de análises de substâncias químicas servem para auxiliar médicos no diagnóstico de doenças — Foto: Ronaldo Gomes/EPTV

Cada análise das substâncias químicas serve como indicativo de possíveis tendências para o desenvolvimento de doenças. Segundo o pesquisador Lopes, que coordena o estudo na América Latina, isso auxilia os médicos nos diagnósticos clínicos.

“Um colega, por exemplo, na China ou na Índia, que queira analisar um paciente que está na plataforma, eu tenho condições de fazer anotações nos dados dele. Isso significa o quê? Ele (o médico) tem uma dúvida sobre uma identificação e ele percebe que duas rotas de produção de substâncias químicas estão acontecendo em um paciente doente e por um acaso uma das rotas provém de algo que é típico da dieta brasileira. Eu consigo entrar no processo dele e informar ‘olha, foque no caminho A e não no caminho B’”, explica.

O pesquisador ainda comenta que o grupo da USP-RP analisa três doenças mais comuns na Europa, EUA e no Brasil. Dessa forma, a medicina mundial ganha um parceiro também para o tratamento de doenças, já que o banco de dados faz diminuir erros.

“Eu diminuo em um expoente na ordem de cinco a chance de não ocorrer o erro, isso é muito significativo.”

Como o estudo é uma base livre, não tem prazo para terminar, ou seja, a meta é sempre manter o sistema atualizado.

Redação
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