sábado,23 novembro, 2024

USP busca inovações em saúde auditiva e odontológica a partir de tecnologia nacional

Uma iniciativa que reúne pesquisadores de diferentes áreas do conhecimento da USP em Bauru e São Carlos, além de outras instituições, pretende buscar soluções para o desenvolvimento de dispositivos e soluções para o cuidado da pessoa com deficiência auditiva, biomateriais para a Odontologia e novas aplicações das tecnologias de impressão 3D. As demandas nessas áreas foram discutidas durante o Workshop FOB-USP e InovaUSP – Complexo São Carlos, realizado na Faculdade de Odontologia de Bauru no último dia 30 de junho, quando foram apresentados projetos de pesquisa inovadores e debatidos os desafios e possibilidades de parcerias na área de saúde.

Uma das propostas é desenvolver um dispositivo auditivo de baixo custo, com tecnologia nacional, já que há um elevado gasto de importação desses equipamentos que possuem grande demanda no Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo dados da última Pesquisa Nacional de Saúde (PNS 2019) – realizada pelo Ministério da Saúde em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) -, 1,1% da população tinha deficiência auditiva, isto é, 2,3 milhões de pessoas apresentavam muita dificuldade ou não conseguiam ouvir de modo algum.

Os serviços de saúde auditiva do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (HRAC/Centrinho) e da Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB) da USP em Bauru formam o maior polo do país em atendimento audiológico exclusivamente pelo SUS, somando mais de 30 mil pacientes ativos.

“Hoje somos dependentes de tecnologia importada para reabilitar pessoas com deficiência auditiva. Os Aparelhos de Amplificação Sonora Individual (AASIs) e os implantes cocleares têm valores altíssimos. Uma tecnologia predominantemente nacional, portanto mais barata, permitiria aumentar o número de pacientes atendidos com os mesmos recursos financeiros atuais, além de diminuir as filas gigantescas. Seria um avanço sem precedentes para as políticas públicas em nosso país”, avalia Carlos Ferreira dos Santos, vice-diretor da FOB e superintendente do HRAC/Centrinho.

A tabela vigente do SUS prevê até R$ 1.100,00 para custear cada AASI – conforme o tipo de aparelho – e R$ 43.830,15 para cada implante coclear. Os valores referem-se somente aos dispositivos, sem contar custos ambulatoriais, de procedimento cirúrgico e hospitalares.

Colaborações estratégicas

O workshop foi um ponto de partida para o estabelecimento de colaborações que serão estratégicas. Agora, novas etapas e encontros deverão abranger detalhamentos técnicos e o delineamento dos projetos a serem desenvolvidos em conjunto.

Além do desenvolvimento de dispositivos e soluções para o cuidado da pessoa com deficiência auditiva, o workshop também abordou linhas temáticas como biomateriais e novas tecnologias para a Odontologia e aplicações das tecnologias de impressão 3D no ensino e pesquisa em Odontologia e Fonoaudiologia.

“O propósito de um evento como esse é colocar em prática [aquilo que se chama de] ecossistema de inovação, onde se tem centros que produzem conhecimento e que procuram interagir com a sociedade. O que está sendo feito aqui é uma conexão entre diferentes nós, uma troca de ideias que é muito salutar e que promove o avanço do conhecimento”, destacou o pró-reitor de Pesquisa e Inovação da USP, Paulo Nussenzveig.

Para o coordenador do InovaUSP – Complexo São Carlos, Tito José Bonagamba, o evento vai motivar um movimento orgânico de cooperação, favorecendo o aproveitamento do potencial de conhecimento da Universidade de forma multidisciplinar.

Também participaram do evento o pró-reitor adjunto de Inovação, Raul Gonzalez Lima, e a diretora da FOB, Marília Afonso Rabelo Buzalaf.

Fonte: Jornal da USP

Redação
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