quinta-feira,21 novembro, 2024

Uso de energia para IA vai impulsionar aquecimento global e mudanças climáticas

A IA (inteligência artificial) está dominando a tecnologia – e isso pode trazer prejuízos ao clima, incluindo o aquecimento global. Desde 2019, as emissões totais de gases efeito estufa do Google, por exemplo, cresceram 48%, de acordo com o último relatório ambiental da empresa. Já na Microsoft, elas aumentaram cerca de 30% em seu ano fiscal de 2023, quando comparado com 2020, segundo o The Verge. Na prática, esses gases contribuem para aumentar a temperatura da atmosfera terrestre e dos oceanos.

O impacto vem, sobretudo, do uso de energia do data center e das emissões da cadeia de suprimentos. Isso porque os data centers, que treinam IA, utilizam muita energia. No ano passado, eles representam a maior fonte de emissões adicionais do Google. O consumo de eletricidade do data center da empresa sozinho cresceu 17% em 2023 – e a tendência é aumentar.

Isso porque a IA é em si uma emissora significativa de carbono, como explica um estudo de 2020 publicado na Nature. Ao analisar modelos de treinamento de processamento de linguagem natural (PLN) online para estimar o custo de energia em quilowatts para treiná-los, pesquisadores da Universidade de Massachusetts Amherst, nos EUA, descobriram que a pegada de carbono do treinamento de um único modelo de grande linguagem é de cerca de 300 mil kg de emissões de dióxido de carbono. Ou seja, o mesmo de 125 viagens de avião de ida e volta entre Nova York e Pequim, nos EUA e China, respectivamente.

Big techs alegam planos para proteger meio ambiente, mas a tendência é piorar

Agora, com cada vez mais criações envolvendo IA, como ChatGPT, Apple Intelligence, entre outros, as big techs desenvolvem novas ferramentas às custas do aquecimento global.

De acordo com o relatório do Google, “à medida que integramos ainda mais a IA em nossos produtos, reduzir as emissões pode ser desafiador devido às crescentes demandas de energia da maior intensidade da computação de IA e às emissões associadas aos aumentos esperados em nosso investimento em infraestrutura técnica”.

A fim de tentar minimizar seu impacto ambiental, a companhia alega que está tentando tornar seus modelos de IA, hardware e data centers mais eficientes em termos de energia. A empresa também tem a meta de operar 100% com energia livre de poluição de carbono em cada rede elétrica à qual se conectar até 2030.

Segundo a AIE (Agência Internacional de Energia), os data centers do mundo usam cerca de 1% da eletricidade do mundo. Mas com a expansão da IA, a estimativa é que eles possam consumir 10 vezes mais eletricidade em 2026 do que no ano passado.

porIsabela Oliveira

LEIA MAIS

Recomendados