Medida faz parte de um pacote de ações contra o comércio de microplásticos
Neste terça-feira (17), entrou em efeito lei que proíbe o comércio da purpurina em países da União Europeia. A proibição do glitter plástico, segundo descreve a norma, surge no contexto de um leque de ações acordadas pela Comissão Europeia para frear o consumo de microplásticos no bloco (composto empregado na maior parte da produção de itens plásticos). Neste banimento em particular são consideradas partículas menores que 5mm, insolúveis e capazes de resistir à degradação.
A decisão foi aprovada em meados de agosto, mas há períodos de transição diferentes para cada categoria de produtos, segundo apuração do site WWD, assim fabricantes podem encontrar alternativas aos itens de seu catálogo. Cosméticos com enxague que levam glitter, por exemplo, têm como data limite 16 de outubro de 2027, enquanto aqueles sem enxague, tem um intervalo de transição que termina em 16 de outubro de 2029. Esfoliantes e eslmaltes para unhas que empregam o microplástico também fazem parte do conjunto.
Trata-se de uma decisão alinhada ao European Green Deal, cujas metas englobam tornar a Europa o primeiro continente de impacto ambiental neutro até 2050.
Segundo o jornal The Guardian, a notícia do fim da purpurina na Europa levou influenciadores e ex-participantes de reality show na Alemanha a uma corrida para adquirir o produto antes que eles saiam das lojas. O ex-BBB alemão Sam Dylan comentou ao tabloide Bild ter garantido 82 pacotes de glitter. “No meu mundo tudo tem que ter glitter”, disse semana passada ao periódico. No TikTok, a hashtag #glitterban reúne vídeos explicativos e memes e tem mais de 913 mil visualizações.
Fonte de poluição
Além do glitter e cosméticos, o microplástico na forma de pellets (outro alvo da UE) é derretido e empregado na fabricação de talheres descartáveis, pás de café, garrafas de água e afins. No decorrer do processo de manufatura, ou quando um desses itens é descartado, esse material se desintegra e pode ser carregado por água ou ar, sendo ingerido por pessoas e animais.
A comissão Europeia espera diminuir em 74% a poluição por pellets plásticos até o fim da década, através de medidas que incluam a fiscalização sobre o despejo desse composto e a obrigatoriedade de certificação para quem realiza seu manejo. Essas propostas ainda estão em discussão no parlamento europeu.
Texto: Redação GQ