Pedro Veríssimo tem 29 anos, mora na zona leste de São Paulo e é Vendor Manager da Amazon no Brasil. A história de vida do Pedro e o caminho que ele trilhou até se tornar gerente de uma empresa como a Amazon, com apenas 24 anos, é tão interessante que hoje ele usa a trajetória dele para inspirar outros jovens no canal “Tem Jogo”, no Youtube. Você consegue imaginar as conexões entre jogar futebol e criar a estratégia da Amazon para a Black Friday?
Se você respondeu não, prepare-se para se surpreender. Toda a infância de Pedro Veríssimo foi ligada ao esporte. O avô dele morava perto de um campo de futebol em Itaquera. E foi dentro das quatro linhas que Pedro aprendeu a liderar, trabalhar em equipe e influenciar pessoas. Ele jogou nas categorias de base do Corinthians e do Palmeiras. Quando fez 16 anos, recebeu uma bolsa de estudos, que ganhou por causa do futebol.
Além da paixão pelo esporte, Pedro começou a desenvolver um interesse pelo mundo corporativo, a gostar de assuntos relacionados à economia. Em 2011, ele entrou para a faculdade e precisou conciliar os estudos, com a carreira no futebol. Na época, ele estava no Palmeiras: treinava na Barra Funda. Ele saía às 19h da FMU, na Liberdade, e o treino dele começava às 19h20. Era um desafio diário, mas valia a pena para dar conta da paixão dele pelo futebol e ao mesmo tempo, conseguir o diploma.
No segundo ano de faculdade, Pedro Veríssimo começou a fazer a grande transição da carreira. “Eu percebi que enquanto eu estava treinando, eu estava pensando na faculdade. Mas, na faculdade eu não pensava no futebol. Sentia que eu estava me desenvolvendo muito e que tinha potencial. Meu sonho passou a ser me formar em economia”, conta o Vendor Manager da Amazon no Brasil.
Daí em diante, Pedro passou a se dedicar exclusivamente à faculdade e correr atrás de emprego. Na primeira entrevista de estágio, perguntaram se ele sabia trabalhar em equipe. Foi aí que ele percebeu, que poderia levar para a vida dele no mundo corporativo, comportamentos e valores que aprendeu nas quadras de futsal. “Eu respondi: claro, sempre trabalhei com 22 pessoas”, brinca Pedro.
Antes de chegar à Amazon, Pedro Veríssimo estagiou no Tribunal de Contas de São Paulo, na Coca-cola, e passou pelas áreas de planejamento, finanças e também no comercial. Com 23 anos, ele decidiu aprender mais sobre o varejo e participou da seleção de Trainee da Centauro. Pedro ressaltou, em entrevista à Consumidor Moderno, que este foi o momento que finalizou a transição dele entre o mundo do esporte e o mundo corporativo.
“Fui o primeiro trainee negro da Centauro. Escolhi trabalhar na loja, porque me apaixonei pelo varejo, queria aprender todas as funções, adquirir conhecimento. Fui vendedor, estoquista, caixa. Me interessava saber como o cliente se comportava. Essa dinâmica me deixou em êxtase. Me tornei gerente júnior e participei do planejamento da Copa do Mundo”, explica Pedro.
Em 2021, Pedro Veríssimo foi chamado para fazer parte do time da Amazon no Brasil. Trabalhar em uma empresa digital, global, que puxa tendências, passou a ser um interesse do jovem executivo.
“Como um apaixonado pelo varejo, na pandemia vi o digital ficando forte e quis entender esse universo. Seguir esse caminho que o consumidor estava traçando”, relata. Em 2022, ano passado, Pedro assumiu o cargo de Vendor Manager da Amazon no Brasil, responsável pela área de ferramentas, piscina e jardim. É ele quem organiza os fornecedores, busca os melhores produtos e cria as melhores ofertas dos itens vendidos e entregues pela Amazon, dentro desses três setores.
Pedro foi responsável pela estratégia de vendas da última Black Friday. Segundo ele, o básico na hora de se pensar nesse evento é buscar fazer o melhor pelo cliente, estando atento ao comportamento e aos desejos deles, para entregar as melhores ofertas. Como tornar produtos de ferramentas, piscina e jardins atraentes para um consumidor em uma Black Friday engolida pela Copa do Mundo?
O executivo logo pensou na solução: churrasco. Pensando no consumidor e em como ele assiste a Copa do Mundo, Pedro desenvolveu com a equipe ofertas do tipo: “Compre uma churrasqueira e ganhe cerveja”. Além disso, houve uma oferta de piscinas acima da média. Também houve uma grande oferta de lavadoras de alta pressão. E os resultados foram ótimos, bem acima do esperado.
“Mesmo não se tratando de produtos tão óbvios, olhamos para o que estava acontecendo no momento e trabalhamos para fazer sentido. Conectamos nossas categorias à Copa do Mundo. Todas as nossas estratégias vêm de uma obsessão pelo cliente, característica da própria Amazon”, explica Pedro.
Um bate-bola com Pedro Veríssimo
Além de contar para nós como foi a sua jornada desde o menino jogador de futebol, até se tornar um executivo da Amazon, Pedro respondeu algumas perguntas sobre a conexão entre o futebol e o mundo corporativo; e deu dicas para os jovens que pertencem a grupos de diversidade em início de carreira. Confira abaixo, um pouco da entrevista da Consumidor Moderno com Pedro Veríssimo, Vendor Manager da Amazon no Brasil.
Consumidor Moderno – Você começou como jogador de futebol, chegou a jogar nas categorias de base de grandes clubes, passou por um período de transição e hoje ocupa um importante cargo na Amazon. Qual a conexão entre essas duas pontas?
Pedro Veríssimo – Posso citar aqui quatro pontos principais, quatro conhecimentos que o futebol me deu e que me ajudaram a chegar onde eu cheguei. O primeiro é liderança, como eu disse, foi no futebol que fui líder pela primeira vez. A gente no esporte tem objetivos muito claros: vencer partidas e ser campeão. Para você ser um bom jogador para o grupo, precisa ser capaz de influenciar pessoas, motivar, para que os objetivos sejam alcançados.
Um segundo valor que eu considero importante e que trouxe do futebol para o mundo corporativo é a flexibilidade. Você entra em campo, ou na quadra, com um planejamento. Mas, tudo pode mudar dependendo da ação do adversário. Você precisa ser flexível, saber criar alternativas, avaliar os momentos. Essa flexibilidade se aplica na simples decisão de qual é a melhor jogada.
Em terceiro lugar posso citar a capacidade de trabalhar sob pressão. Saber tomar decisões rápidas. Saber da responsabilidade que é estar ali e que você está no holofote. Dentro desse contexto, no futebol é preciso saber errar e continuar jogando. Saber que vão ter dias bons e dias não tão bons. Equilibrar tudo isso e entregar o que o torcedor espera é uma habilidade que o esporte te traz.
Por último, mas não menos importante, eu não poderia deixar de citar o trabalho em equipe, que é inerente ao futebol. Você aprende que ninguém faz nada sozinho. Eu descobri isso cedo e levo isso comigo para onde eu vou. Aplico diariamente na minha carreira. Ninguém pega a bola, dribla os 10 jogadores, faz o gol e garante a vitória sozinho.
Consumidor Moderno – Quais dicas você dá para os jovens que estão entrando no mercado de trabalho agora e almejam cargos de liderança em grandes empresas?
Pedro Veríssimo – Acho que a palavra chave é autoconhecimento. Todos nós somos diferentes. Precisamos conhecer os pontos importantes das nossas histórias de vida e valorizá-los. Quem somos, nossos valores, nossa trajetória estão valendo hoje muito mais do que nosso currículo. Minha dica é: olhe para você, identifique os pontos interessantes e conecte a eles os princípios que são importantes para a empresa.
Sabe aquela viagem maravilhosa que você organizou? Fale sobre ela, isso mostra sua capacidade de organização. A mesma coisa vale para um projeto da faculdade, que mostra sua capacidade de liderança; atitudes que mostram como você consegue ser flexível, trabalhar em equipe. É nesse caminho que o mercado está caminhando. Histórias legais importam e fazem diferença.
Eu criei o meu canal no Youtube justamente para ajudar os jovens em processos de recrutamento, em início de carreira. É o “Tem Jogo”, lá eu compartilho todo o conhecimento que eu adquiri e também posto vídeos da equipe de recrutamento da Amazon, dando dicas, enfim. Faço um recorte também para jovens negros ou que se encaixam em grupos de diversidade. Minha ideia é mostrar para eles que é possível. Se eu consegui, eles também podem.
Sou suspeito, mas a Amazon é o melhor lugar para se trabalhar. O processo de seleção é muito bacana, as pessoas se sentem bem aqui dentro. Logo que eu entrei, me incluíram no grupo BEN (Black Employee Rede). Ali eu tive contato com pessoas com histórias parecidas com a minha. É um grupo de afinidade que tem a função de apoiar e manter pessoas negras dentro da Amazon. Isso dá uma força muito grande. Hoje me sinto feliz e realizado.
Diversidade e Representatividade
A Amazon Brasil explica que diversidade, equidade e inclusão estão no centro de seus ideais. A empresa oferece oportunidades de crescimento profissional para os colaboradores, valorizando as perspectivas de cada um. Para isso, a Amazon está cada vez mais atenta às questões de representatividade dentro da sua equipe.
“Nossos consumidores vêm de origens plurais em termos de gênero, raça, etnia, idade, religião, orientação sexual e interesses gerais. E, por isso, acreditamos que é fundamental que nossos funcionários também reflitam essa pluralidade, pois só assim cumpriremos nossa missão de ser a empresa mais focada no consumidor do planeta”, afirma Thomas Kampel, líder de Relações Públicas Corporativas da Amazon Brasil.
Nesse sentido, a Amazon hoje conta com 13 grupos de afinidades em todo o mundo. Cada um tem patrocinadores executivos que os apoiam na organização e participação de diferentes atividades em todos os níveis. Atualmente, no Brasil, existem quatro desses grupos: AmazonPwD, vinculado à Pessoa com Deficiência; Women@Amazon, relacionado à equidade de gênero; o Ben, ligado às questões raciais (Black Employee Rede); e o Glamazon, voltado para causa LGBTQIA+.
O BEN (Black Employee Network), grupo do qual Pedro Veríssimo participa, tem a missão do recrutar, manter e capacitar empregados negros. Ele conecta membros com mentores e oferece workshops de desenvolvimento pessoal e de carreira.
“Temos o compromisso de garantir que todos os funcionários sejam tratados igualmente. Seja na contratação, desenvolvimento, promoção, avaliação, remuneração e benefícios, eliminando qualquer discriminação (cor, raça, religião ou crença, etnia ou nacionalidade, gênero, mudança de sexo, orientação sexual, sexo, estado civil, deficiência, idade ou outra característica legalmente protegida), apoiado em nossas Políticas de Igualdade de Oportunidades, Assédio e Tolerância Zero, que se aplicam a todos os colaboradores”, completa Thomas Kampel à Consumidor Moderno.
Por: Natália Oliveira