Hoje, os computadores trabalham com dois tipos principais de memórias: as do tipo flash, comumente usadas nos SSDs; e a memória DRAM, popularmente chamada de RAM. No entanto, um grupo de pesquisa criou a ULTRARAM, uma memória revolucionária que une a tecnologia flash e DRAM em uma única estrutura e que, basicamente, permite que os dados sejam guardados e acessados rapidamente em um laptop ocioso daqui a 1.000 anos.
O anúncio foi feito pela Quinas Technology durante a Flash Memory Summit. A companhia tem sua sede na Universidade de Lancaster, na Inglaterra, e a tecnologia é uma criação do professor Manus Hayne, do departamento de física da instituição.
Apenas para dar um pouco de contexto, a memória DRAM é um tipo de memória volátil que não armazena, mas sim acessa dados rapidamente para ajudar o processador a receber informações essenciais. O problema é que esse componente precisa de bastante energia para funcionar, e assim que você desliga o computador, a memória apaga todos os dados e começa a repetir o processo quando a aparelho é inicializado novamente.
As memórias do tipo flash, por outro lado, foram projetadas para armazenar grandes volumes de dados. São nessas estruturas que você guarda seus games, fotos, vídeo, softwares, etc. O problema dessa memória é que ela é bem mais lenta e toda vez que o computador liga, o sistema precisa carregar todos esses dados e há aquela demora de alguns segundos até a máquina ser realmente utilizável.
A ULTRARAM simplesmente combina essas duas tecnologias em uma para resolver o problema de uma vez por todas. Esse componente ainda é uma memória volátil de acesso rápido, mas também funciona como uma unidade de armazenamento. O melhor de tudo é que o consumo energético dessas estruturas consegue ser menor que a DRAM e a flash combinadas, segundo a Quinas Technology.
ULTRARAM pode armazenar dados por um milênio
O exemplo utilizado pela empresa diz que um usuário poderia colocar o notebook em modo ocioso e, daqui a 1.000 anos, continuar suas tarefas diretamente de onde parou. Claro, essa é apenas uma “brincadeira” feita pela Quinas, mas sugere o potencial enorme da tecnologia.
Vale lembrar que a ULTRARAM, até o momento, é muito mais um conceito do que um produto. Ainda não se sabe quais são os custos para fabricação em massa e como esse tipo de peça se integraria com dispositivos reais, como smartphones, notebooks e outros aparelhos que precisam consumir pouca energia.
A ULTRARAM está em desenvolvimento há alguns anos e o Canaltech já tem uma matéria mais aprofundada sobre o assunto. É possível que vejamos mais dessa tecnologia no futuro, mas por enquanto só restar imaginar os benefícios desse recurso.
Fonte: Canal Tech