Assunto foi debatido em audiência pública presidida pelo vereador Luis Cláudio na tarde desta quinta-feira (30.11), na Câmara de Vereador de Cuiabá.
Pesquisadores da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) farão levantamento nas casas dos moradores de Várzea Grande e nos arredores de Cuiabá que estariam sendo impactados com o mau cheiro exalado pela graxaria da fábrica da Marfrig. Essa foi uma das definições após duas horas de discussões na audiência pública, presidida pelo vereador Luis Cláudio (PP), que discutiu sobre os impactos da graxaria na tarde de quinta-feira (30.11), na Câmara de Cuiabá.
Ele havia feito uma sugestão anterior de uma comissão mista formada por técnicos da Marfrig, Câmara de Cuiabá e de Várzea Grande, Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema), Prefeitura de Várzea Grande, UFMT e dos integrantes do Movimento Não à Graxaria. Contudo, os representantes da empresa não puderam se comprometer sem antes consultar a direção do frigorífico.
“Vamos encaminhar o ofício à UFMT para que seja elaborado o estudo, que as casas atingidas sejam visitadas de forma aleatória com questionário e, após o levantamento, apresentaremos os resultados à empresa para discutir as soluções. Peço que o trabalho da UFMT seja acompanhado pelo vereador Ivan, de Várzea Grande, Câmara de Cuiabá, Prefeitura de Várzea Grande”, disse Luis Cláudio, autor do requerimento para a realização da audiência pública.
Os depoimentos revelaram a insatisfação e o sofrimento da população com o odor da graxaria, que voltou a funcionar há cerca de um ano, após uma década de paralisação.
Cristina Souza, líder do Movimento Não à Graxaria, afirmou que a graxaria não fez um estudo de impacto de vizinhança antes de retomar as atividades e que a densidade demográfica da região aumentou nesse período, com a construção de condomínios e empresas.
“A graxaria voltou, o fedor, o incômodo e a tristeza para população que não pode ficar em sua casa desfrutando um bem-estar, já que o fedor chega dentro das nossas casas de dia, de noite e de madrugada. Então, estamos buscando soluções para que ela mude de lugar. Nossa petição é solicitar que seja realizado um estudo de impacto de vizinhança. Esse impacto é real, notório e está reverberando nas nossas manifestações”.
O gerente de Meio Ambiente da Marfrig, Giovane Amboni, defendeu que a graxaria é uma fábrica de processamento de outra geração, que não gera odor e que tem um controle rigoroso de todos os parâmetros ambientais. Ele disse que a empresa já realizou várias reuniões, audiências e visitas com as autoridades e as comunidades, e que está disposta a dialogar e a buscar soluções.
“Nós já fizemos várias reuniões, fizemos audiências em outras oportunidades, em outro município também. Fizemos visitação em loco com representantes do Ministério Público, do Órgão Oriental, representantes também de comunidades, da Câmara Municipal. Nós estamos processando 100% do nosso produto hoje na graxaria e não temos geração de odor. Temos feito um controle diário mensal e quinzenal também com diversos parâmetros e hoje nada sai de dentro da graxaria sem tratamento”.
O vereador Sargento Vidal (MDB) também participou da audiência e destacou que entende que os dois lados têm razão: a empresa por gerar emprego e renda para a cidade, além de desenvolver um trabalho importante para a economia do Estado. E, por outro lado, a população por ter o direito de não conviver com o mau cheiro que ali persiste.
“O caminho é a empresa apresentar a solução para sanar o problema do mau cheiro e continuar no mesmo local, ou a mudança de endereço, talvez uma região mais distante da área urbana”.
Texto: BS Comunicação | Assessoria