Pesquisadores noruegueses encontraram uma forma de reduzir o número de aves mortas por turbinas eólicas
Uma questão que ainda levanta críticas contra o uso de turbinas eólicas são as mortes de aves. A boa notícia é que pesquisadores noruegueses encontraram uma forma de reduzir drasticamente o número de vítimas. A resposta? Um sistema que deixa as turbinas mais inteligentes.
A ideia é de uma equipe de especialistas do SINTEF e do Centro Norueguês de Pesquisa Energética Favorável ao Meio Ambiente.
Turbina eólica controlada por software
- Cada turbina terá câmeras capazes de detectar pássaros voando diretamente na direção dos rotores.
- Um software chamado SKARV calculará automaticamente a trajetória prevista das aves e enviará sinais de controle para desacelerar as pás, diminuindo o risco de colisão.
- Em simulações, o SKARV consegue evitar a maioria das colisões com pássaros que se movem em uma trajetória previsível — vindo em direção à turbina de frente e avistados com pelo menos cinco segundos até o impacto.
- O sistema pode ser configurado para desligar completamente as turbinas se muitos pássaros se aproximam ao mesmo tempo — embora a equipe observe que pode levar até 20 segundos para uma turbina grande parar a partir de uma velocidade de rotação normal.
O sistema detecta e rastreia as aves e desacelera os rotores da turbina para evitar acidentes. Imagem: Marijs Jan/Shutterstock
É claro que isso ainda não resolve todas as situações. Isso não impedirá a colisão se as aves vierem voando pelas laterais ou se estiverem circulando ao redor da turbina, por exemplo. É o que explica Paula B. Garcia Rosa, uma das especialistas por trás do novo sistema.
É difícil prever a trajetória de voo de uma ave e o novo sistema não resolverá totalmente este problema (…) se uma ave jovem e inexperiente se aproximar de uma turbina com comportamento de voo irregular, não será possível prever exatamente onde estará alguns segundos depois. A previsão também é mais difícil se vários pássaros se aproximarem ao mesmo tempoPaula B. Garcia Rosa, ao New Atlas
Confira abaixo um vídeo que mostra como a tecnologia funciona. A novidade deve estar disponível para uso comercial em até cinco anos.
“Com base nas nossas simulações, acreditamos que o projeto SKARV pode ajudar a reduzir o número de colisões fatais em até 80%”, diz a especialista. O próximo passo é integrar métodos para identificar mais trajetórias de voo das aves antes de uma demonstração prática, conclui a pesquisadora.
Quantas aves morrem por colisão com turbinas eólicas?
- Atualmente, é difícil determinar exatamente quantos pássaros morrem ao voar em direção as grandes pás giratórias.
- Enquanto alguns pesquisadores dizem que alguns pássaros estão aprendendo a evitar turbinas por conta própria, a American Bird Conservancy estima que um milhão de aves morrem por ano só nos Estados Unidos.
- Parece muito, mas, para efeito de comparação, 5,5 milhões de pássaros morrem anualmente no país ao atingir acidentalmente linhas elétricas.
Fonte: Olhar Digital