sexta-feira,22 novembro, 2024

Três coisas que toda empreendedora de sucesso precisa ter

No último sábado (19) foi comemorado o Dia Mundial do Empreendedorismo Feminino. Por isso, trago os três “golden nuggets” (expressão usada pelos empreendedores para dar ênfase ao que mais importa em um pitch) sobre o que considero mais importante no ato de empreender. A lista de habilidades e competências é bem maior do que as três destacadas aqui, mas refletindo sobre as mais importantes, acredito que minha escolha é fruto de vivência e trocas com empreendedores de muito sucesso dos mais diferentes backgrounds e verticais de mercado.

A capacidade de uma empreendedora montar seu time é a primeira e mais importante de todos os talentos necessários para desenvolver um negócio da ideia até a maturação. É chover no molhado dizer que quem quer ir mais longe vai junto, enquanto quem tem pressa vai sozinho. É repetir o que o Jorge Paulo Lemann sempre fala “gente é o ativo mais importante de qualquer negócio”. Formar time é uma habilidade que pode derrubar ou catapultar seu sonho porque saber escolher pessoas melhores e complementares a você é fundamental. É mais fácil falar do que fazer. A mágica consiste em formar um time com excelente capacidade técnica, composto por pessoas diversas, todas alinhadas com a missão e certamente com a cultura da empresa. Quem conhece uma liderança feminina forte, sabe da capacidade de resiliência e empatia que ela traz e não duvida da habilidade de atrair ainda mais gente boa para o time.

A segunda característica que trago é mais subjetiva ainda. É a capacidade de ser “coachable“, ou seja, de ouvir, refletir, absorver e aprimorar sua posição. A mágica aqui está no equilíbrio entre incorporar inputs e manter sua visão intacta. É sobre como chegar lá e não sobre mudar o norte. É sobre aprender com os outros e não sobre arrogância e teimosia. Toda mulher, imagino eu, tem superproteção pelo seu bebê, isso se traduz a toda empreendedora ter paixão pela sua ideia, startup, time, etc. Mas assim como uma mãe precisa aprender a fazer coisas difíceis, uma empreendedora também precisa saber dar o braço a torcer quando for o caso e deixar seus pares e times tomarem a frente quando o assunto for mais da alçada deles do que dela.

A maratona de empreender é longa e requer táticas para passar das fases. E como todo bom nadador, é preciso adaptar o plano para acelerar quando o mar está calmo e retrair quando está revolto, sem perder o norte de vista. Essa capacidade de adaptação está atrelada à capacidade de ouvir os investidores, empreendedores, colegas e clientes que trazem inputs e insights.

Por fim, trago uma característica bastante palpável e analítica, porém não menos importante. Para ter sucesso empreendendo é necessário que sua escolha seja para um mercado grande, ou melhor, gigante. Com toda dificuldade que é empreender, se o seu mercado não for enorme, você vai dar um voo de galinha. Se o mercado não for enorme, você vai passar meses ou anos montando time, desenvolvendo produtos, fazendo fundraising, investindo na sua marca, atendendo clientes e correrá o risco de trocar seis por meia dúzia. Com a limitação do seu total addressable market, ou o potencial do seu mercado, em algum momento você vai bater no teto e vai ver que todo seu esforço fez você morrer antes de chegar na praia, o que não deveria acontecer se você for uma empreendedora de garra e com ambição. A mágica aqui é pensar no potencial do seu mercado, no up-sell e cross-sell e nos produtos que você pode agregar ao seu produto principal. Com isso, você re-define e alonga seu horizonte, crescendo seu alcance e seu impacto.

Talvez empreender esteja mais perto de ser uma arte do que uma ciência. E nós, mulheres, temos toda capacidade de ocupar, de igual pra igual, os rankings de melhor performance no mundo da inovação e tecnologia. E nesse dia, não precisaremos mais nos referir à mulheres que empreendem na categoria de empreendedorismo feminino e, sim, a empreendorismo puramente.

Iona Szkurnik é fundadora e CEO da Education Journey, tem mestrado em Educação e Tecnologia pela Universidade de Stanford, é cofundadora da Brazil at Silicon Valley, fellow da Fundação Lemann e ganhadora do prêmio Start-Ed de Empreendedorismo em Educação e Tecnologia da fundação

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Por: Iona Szkurnik

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