Você já se perguntou como é a roupa de um astronauta? Bom, antes de qualquer coisa, saiba que o correto é usar o termo “traje espacial”, já que essas “vestimentas” são muito mais complexas que roupas comuns. Há trajes espaciais mais simples enquanto outros são como pequenas naves espaciais individuais, que protegem o corpo dos astronautas em atividades no lado de fora de naves e estações.
Os primeiros trajes espaciais da NASA
Os primeiros trajes criados pela NASA foram projetados para o Projeto Mercury, que inaugurou os voos espaciais dos Estados Unidos. Eles foram desenvolvidos com base nos trajes pressurizados que os pilotos da Marinha norte-americana usavam, e a tripulação os vestiu somente enquanto já estava na nave.
Já para o Projeto Gemini, marcado pelas primeiras atividades extraveiculares, foi necessário desenvolver trajes mais avançados que aqueles do Mercury.
Posteriormente, os astronautas do programa Apollo usaram trajes ainda mais aperfeiçoados, estes projetados para garantir a proteção contra as temperaturas extremas e a exposição prolongada à radiação do Sol, enquanto estavam na superfície lunar.
Tipos de trajes espaciais
De forma resumida, podemos dizer que existem dois tipos principais de trajes espaciais, cujo propósito depende da etapa da missão do astronauta. Estamos falando dos trajes confeccionados para se usar dentro de uma espaçonave ou estação espacial, e daqueles trajes mais bem equipados, projetados para proteger a vida dos astronautas quando eles precisam realizar alguma tarefa do lado de fora de sua morada espacial temporária.
Em lançamentos rumo à Estação Espacial Internacional, por exemplo, são usados os trajes espaciais intraveiculares (IVA), com sistemas para proteger os astronautas caso ocorra alguma perda de pressão súbita no interior da nave.
Muitos trajes do tipo já foram desenvolvidos pela NASA mas, hoje, os “top de linha” são os criados pela SpaceX. Com ares futuristas e devidamente testados e aprovados pela NASA, esses IVA se integram com sistemas da moderna nave Crew Dragon. Seus pontos de conexão nas pernas oferecem energia e ar, e as luvas acionam as telas sensíveis ao toque da nave.
Já quando astronautas precisam sair dos veículos espaciais e ficarem expostos ao espaço, eles precisam usar trajes chamados unidades de mobilidade extraveicular (EMU). Os EMU são como espaçonaves individuais e em miniatura, que protegem o corpo dos astronautas da radiação espacial, da poeira lunar e de temperaturas extremas, fornecendo também água e oxigênio para eles.
Partes que compõem os trajes espaciais
Os trajes IVA são mais simples porque são usados pelos astronautas apenas enquanto estão no interior de naves espaciais, sendo que as próprias naves já garantem a segurança e suporte à vida dos tripulantes e, por isso, tais trajes não precisam oferecer “mil e um” recursos.
Já no caso dos EMU, trajes usados em momentos de exposição às condições inóspitas do espaço, a complexidade é bem maior e, portanto, são compostos por várias partes, cada uma com sua função.
Resumindo um tanto, estes trajes são formados por uma veste pressurizada, facilmente identificada como a parte do traje com formato do corpo humano. Ela contém os equipamentos de resfriamento e o torso superior e inferior, que conectam o interior do traje com sistemas de suporte à vida e oferecem mobilidade.
Esse sistema de suporte à vida fica na parte de trás do traje, como se fosse uma mochila, e oferece oxigênio para respiração e pressurização do traje. Há, ainda, um sistema de comunicação instalado em uma espécie de “touca” sob o capacete, que contém fones de ouvido e microfones para o astronauta se comunicar com outros tripulantes ou com o centro de controle da missão.
Curiosidades sobre trajes espaciais
Os trajes espaciais são tão complexos que os astronautas levam mais de 40 minutos para vesti-los. É que, além de colocá-los no corpo, os astronautas precisam também passar pouco mais de uma hora respirando oxigênio puro para, assim, se adaptarem à pressão menor do traje. Em solo, cada traje pesa cerca de 125 kg.
Além disso, os trajes IVA não são exclusivos para cada astronauta. Ou seja: vesti-los significa usar algumas “peças” que outros astronautas já usaram, e que nunca puderam ser lavadas como nós lavamos roupas aqui na Terra. Na época dos ônibus espaciais, cada astronauta tinha sua própria unidade de mobilidade externa, mas no caso dos tripulantes da Estação Espacial Internacional, eles compartilham entre si todos os trajes disponíveis.
E quando precisam passar longos períodos usando tais trajes durante atividades de reparo do lado de fora da estação, por exemplo, os astronautas precisam usar as chamadas roupas de absorção máxima. Elas são como fraldas modificadas no formato de shorts, capazes de absorver uma grande quantidade de líquidos na hora das “necessidades” e mantém os astronautas devidamente limpos — ou o mais próximo possível disso.
Fonte: NASA, ESA
Por: Danielle Cassita