A TIM deve encerrar o ano de 2023 com cerca de 200 mil luminárias inteligentes ativadas pelo País, informou Alexandre Dal Forno, diretor de Desenvolvimento de Mercado IoT & 5G da operadora, nesta sexta-feira, 18, durante o Smart Cities Mundi, evento promovido pelo Tele.Síntese.
Até o momento, a companhia já instalou 50 mil lâmpadas que funcionam por meio de um serviço de telegestão, utilizando tecnologias 4G e NB-IoT (sigla, em inglês, para banda estreita para Internet das Coisas). Outras 150 mil já estão vendidas e devem ser ativadas até o fim do ano. Os principais clientes da operadora nesse segmento são as prefeituras de Porto Alegre, Curitiba e Petrolina (PE).
Segundo o executivo, a efetivação de parcerias público-privadas (PPPs) tem puxado os negócios nessa área. A iniciativa faz parte dos planos da TIM para utilizar conectividade sem fio em projetos de cidades inteligentes.
“A PPP simplifica o processo para o município porque terceiriza a operação. Isso tem alavancado novos negócios na parte de iluminação pública”, disse Dal Forno. “A meu ver, é só a ponta do iceberg, porque, em cima disso, você consegue colocar outros serviços, como controle de semáforo, câmeras de segurança e monitoramento de tráfego”, exemplificou.
Além disso, outras vantagens trazidas pelas lâmpadas de autogestão, segundo Dal Forno, são a capacidade de identificar e avisar sobre problemas de iluminação e o uso de GPS.
“Houve um caso de uma lâmpada que desapareceu em Porto Alegre. Como tem sensor e GPS, identificou-se que a tinha sido roubada e foi localizada em Santa Catarina. A polícia conseguiu encontrar uma quadrilha que atuava no Rio Grande do Sul e em outras partes do País”, relatou o executivo.
Mobilidade urbana
No mesmo painel, o supervisor chefe da Divisão de Planejamento e Estratégia da Secretaria de Mobilidade Urbana da Prefeitura de Barueri (SP), Tiago Paltrinieri, informou que, contando com soluções desenvolvidas no setor privado, a pasta trabalha para reduzir sinistros e dinamizar a fluidez do tráfego veicular na cidade.
Um dos projetos mais bem-sucedidos aplicados no município da região metropolitana de São Paulo foi a integração em tempo real do aplicativo Waze com as vias públicas. Dessa maneira, os serviços de segurança passaram a atender à população com mais rapidez, além de interdições programadas terem seus impactos reduzidos no trânsito local.
“Uma ciclofaixa no domingo muda o fluxo veicular numa rotatória da cidade. A partir do momento que colocamos isso na plataforma de navegação, diminuímos o fluxo na área em 40%”, relatou.
Fernando de Caires, secretário municipal de Transporte da Prefeitura de Campinas (SP), por sua vez, ressaltou que projetos de mobilidade urbana inteligente precisam levar em conta a possibilidade de fazer com que o cidadão troque o veículo particular pelo transporte público.
“Um edital de licitação de ônibus que estamos finalizando vai ter toda a questão da tecnologia, como USB e WiFi. Você tem que oferecer algum conforto para tirar a pessoa do carro”, disse Caires.
Na avaliação de André Turquetto, vice-presidente da Abepam e diretor geral da Veloe, ainda que a tecnologia tenha a capacidade de promover maior fluidez ao trânsito, é preciso encontrar soluções para facilitar o uso de aplicações em vias que pertencem a cidades e estados distintos.
Segundo ele, o veículo particular caminha, cada vez mais, para se tornar uma carteira conectada, mas precisa ser aceita em diversas praças.
“O cidadão não pode ter fricção na hora de adquirir um bilhete ou autorização para uso do transporte, como passar em um pedágio. O grande desafio é a interoperabilidade, porque é inviável se cada cidade ou estado tiver um modelo [de aplicação]”, argumentou.
Cartilha de cidades inteligentes
Em palestra, o CRO da Ligga, Rafael Marquez, informou que a operadora planeja elaborar uma cartilha para divulgar e vender serviços de conectividade para cidades inteligentes. O material deve ser destinado a órgãos públicos.
De acordo com Marquez, é preciso facilitar o entendimento dos benefícios de aplicações inteligentes para gestores públicos, uma vez que muitas tecnologias já estão à disposição, mas não são demandadas como poderiam em razão da falta de compreensão sobre como contribuiriam para a gestão dos municípios.
“O nosso grande sonho é ter uma cartilha para apresentar como implementar projetos de cidades inteligentes e como isso pode ficar de pé com o apoio de parceiros da iniciativa privada para quebrar a barreira da digitalização em nossas cidades”, afirmou o CRO da Ligga.
Por: Eduardo Vasconcelos