Um telescópio chamado SuperBIT foi lançado a bordo de um balão para fotografar galáxias em colisão e tentar descobrir do que a matéria escura é feita. E as primeiras imagens capturadas por ele acabam de ser divulgadas.
O Super Pressure Balloon Imaging Telescope (SuperBIT), uma parceria entre a NASA e as universidades de Durham, Toronto e Princeton, foi lançado no dia 16 de abril para mapear a matéria escura e estudar seu comportamento por meio das interações gravitacionais com a matéria “normal”.
As observações inaugurais do projeto tiveram como alvo a Nebulosa da Tarântula, localizada na galáxia vizinha Grande Nuvem de Magalhães, e as Galáxias Antena. As imagens foram registradas enquanto o SuperBIT estava a 33 km acima da superfície da Terra.
Em sua primeira campanha de observação, o SuperBIT tem o objetivo de investigar a matéria escura principalmente em torno de galáxias em colisão para decifrar como ela distorce o espaço ao seu redor, produzindo lentes gravitacionais fracas.
O telescópio observa o universo na faixa ultravioleta do espectro eletromagnético e tem a vantagem de ser muito mais barato que um telescópio espacial lançado por meio de um foguete. Além disso, a luz ultravioleta não poderia ser observada por telescópios terrestres porque ela é bloqueada pela atmosfera abaixo da altitude média na qual o balão flutua.
Esmagando a matéria escura
A matéria escura do universo não pode ser observada diretamente, mas os astrônomos podem induzir algumas de suas propriedades — como massa e distribuição — por meio de sua interação gravitacional com as galáxias, já que todas elas devem ser cercadas por essa “substância” invisível.
O que os cientistas ainda não sabem ao certo é o que acontece com a matéria escura ao ser esmagada por duas galáxias em colisão. Será que ela se espalha ou, de certo modo, se quebra? É isso o que os pesquisadores querem responder com os dados do SuperBIT.
Com as imagens das galáxias em colisão, os cientistas esperam descobrir se as partículas que formam a matéria escura podem ricochetear umas nas outras. “É preciso a gravidade de uma galáxia inteira para mover a matéria escura, e o SuperBIT vai olhar para aglomerados de galáxias que estão colidindo umas com as outras”, disse o professor de física da Universidade de Durham, Richard Massey.
Ele explica que “se a matéria escura ficar ‘triturada’, ou se pedaços forem lascados [durante uma colisão entre galáxias], podemos finalmente começar a aprender do que ela é feita”. Além disso, o telescópio mapeará a matéria escura pelo modo como ela desvia a luz de objetos mais afastados ao formar lentes gravitacionais.
Fonte: NASA, Durham University