sexta-feira,22 novembro, 2024

“Telepatia” por IA? Empresa prepara tecnologia de comunicação por pensamento 

Em um primeiro momento, tecnologia deve ser usada por pacientes com esclerose lateral amiotrófica (ELA)

A Unbabel, uma startup de serviços de tradução corporativa, planeja tornar a telepatia, até então vista apenas na ficção, em realidade. 

De acordo com o portal TechCrunch, a companhia vem desenvolvendo uma interface cérebro-computador com, segundo CEO Vasco Pedro, vários experimentos, como um projeto de 20%: “Você tem seu sistema límbico, você tem seu neocórtex. Mas eles realmente evoluíram ao longo de milhões de anos. Na verdade, são sistemas separados. E acho que o que estamos começando a ver é quase a criação do ‘uber córtex’, que achamos que será alimentado por IA e existirá fora do seu cérebro biológico”.

Inicialmente, os profissionais envolvidos no projeto investigaram os sistemas de eletroencefalograma (EEG). Contudo, uma vez que muitos são invasivos para o corpo humano, seus esforços foram direcionados para um sistema de eletromiografia (EMG), que mede a resposta muscular ou a atividade elétrica em resposta à estimulação de um nervo do músculo.

“O que percebemos foi que o EEG ainda era muito ruidoso. Queríamos ser não invasivos. Mas o EMG, que mede a resposta muscular, era tão menos ruidoso. Você pode capturar de forma mais confiável alguns dos sinais”, explicou Pedro, afirmando que a equipe passou a pensar no EMG como uma porta de entrada direta para a interação cerebral.

No ano passado, o time da Unbabel, que tem US$ 90 milhões em financiamento e receitas anuais de cerca de US$ 50 milhões, decidiu conectar um sistema EMG com IA generativa. O sistema, então, mediu como o usuário de um dispositivo EMG se comportaria ao pensar em uma palavra, o que poderia ajudar a criar um conjunto de sinais correlacionados com palavras reais. Desta forma, alimentar esses sinais em um LLM significaria construir um “LLM personalizado”.

A tecnologia foi testada por um repórter do TechCrunch, que perguntou à Pedro qual café havia tomado assim que chegou ao seu escritório através de uma mensagem de texto invisível. Em seguida, o CEO recebeu as palavras por meio de uma voz de IA em seus fones de ouvido e pensou em termos como “café preto”. 

Depois, o LMM comparou sua resposta física à palavra, verificou se ele quis dizer “Americano”, novamente através do áudio em um fone de ouvido e, então, enviou a resposta para o repórter por mensagem de texto no aplicativo Telegram.

“O LLM expande o que você está dizendo. E, então, eu confirmo antes de enviá-lo de volta. Há uma interação com o LLM onde eu construo o que eu quero que ele diga, e depois aprovo a mensagem final”, disse o executivo. “O LLM pega um prompt básico e o expande em uma resposta completa, quase imediatamente. Eu não teria tempo para digitar tudo isso de forma natural. Portanto, estou usando o LLM para fazer o trabalho pesado na resposta.”

Ele ressaltou ainda que o usuário tem controle absoluto sobre o que está transmitindo: “Não está gravando o que estou pensando. É gravar o que eu quero dizer. Então, é como ter uma conversa. Outras abordagens, como o Neuralink, estão realmente tentando medir as interações subconscientes. Estamos criando um canal que você pode usar para se comunicar, mas a pessoa tem que querer usar.”

A invenção da Unbabel vem sendo chamada de Halo e deve começar a ser implantada em usuários até dezembro deste ano. Ela será usada, em um primeiro momento, por pacientes com esclerose lateral amiotrófica (ELA) de Portugal, mas, no futuro, poderá ser utilizada em outros casos, como paralisa cerebral.

Fonte: administradores.com.br

Redação
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