Com um crescimento de 1,9% no 1º trimestre de 2023, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro foi impulsionado pela agropecuária, que apontou uma expansão de 21,6% nos três primeiros meses do ano, de acordo com o IBGE. Os resultados impactaram na projeção do PIB, que poderá atingir R$2,6 trilhões em 2023, 35,9% mais que no ano passado, de acordo com a pesquisa do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
Essa expansão também pode ser associada a transformação digital vivenciada no campo, que utiliza diversas tecnologias para gestão e otimização de processos. Entre as principais tendências para 2023 estão a agricultura de precisão, que mapeia e monitora áreas das fazendas por meio de sensores; drones agrícolas, que criam imagens, mapas e relatórios; e Internet das coisas (IoT), que reúne informações do que acontece em determinado momento e em tempo real. Entretanto, ainda que essas ferramentas ganhem cada vez mais espaço no campo, também são acompanhadas de alguns desafios, como a falta de mão de obra qualificada para gerenciá-las.
“Dispor de mão de obra qualificada, que vai além da experiência técnica de campo, é um dos maiores obstáculos enfrentados no agronegócio. Neste novo cenário, precisamos de profissionais com competências tecnológicas para administrar softwares e sistemas desenvolvidos para o segmento”, explica Fernando da Silva, diretor do segmento de agronegócio na Senior Sistemas, empresa especializada em soluções automatizadas para gestão.
Pensando nos próximos dois anos, onde devem ser geradas mais de 178 mil vagas de trabalho no agronegócio, de acordo com a Agência Alemã de Cooperação Internacional, em parceria com o Senai e com a UFRGS, Fernando comenta que é fundamental que o setor esteja preparado para mapear os profissionais com as habilidades adequadas para esses postos de trabalho.
“Entendemos que esta busca por profissionais com skills direcionados a digitalização pode ser um olhar novo para muitos profissionais e gestores. No entanto, o mais importante é ter em mente que precisamos ter profissionais interessados em aprender as novas tecnologias e os novos processos digitais do agronegócio. Esse perfil de profissional pode ser mapeado com uso de ferramentas que otimizam o processo de recrutamento e seleção. Com dados em escala coletados por esse tipo de software o RH pode automatizar a triagem dos talentos por ranking e match por potencial. O resultado é uma contratação mais assertiva, de acordo com as necessidades do setor hoje”, esclarece.
Silva chama atenção para três principais etapas na jornada dos colaboradores em que estas soluções garantem mais assertividade:
Recrutamento e seleção
É possível reduzir o viés inconsciente e eliminar triagens manuais tendo os melhores candidatos ordenados automaticamente de forma escalável. “Fazer uso de um software para gestão de pessoas significa ter um processo baseado em dados e totalmente analítico para garantir a escolha de candidatos que estejam realmente alinhados ao perfil da sua empresa e às necessidades da equipe de trabalho”, diz Fernando.
Desenvolvimento e performance
Depois da contratação dos melhores perfis para ocupar a vaga, é preciso acompanhar seu desenvolvimento e prever possíveis planos de ação para retenção. “Com a escassez de profissionais com as skills necessárias para o agronegócio, monitorar resultados e alinhar metas individuais para o crescimento destes talentos se tornou questão de sobrevivência para as empresas do setor”, alerta Fernando. Com base em gráficos e visões das informações, gestores podem se apoiar na análise dos dados para uma tomada de decisão ganha-ganha, entre companhia e colaborador.
Remuneração
As soluções de remuneração também são ferramentas importantes para diminuir a rotatividade de pessoal. “Apoiada à tecnologia, gestores podem oferecer ajustes salariais justos e equilibrados, baseadas em dados. Essa mudança impacta de forma positiva a produtividade e segurança nas solicitações e aprovações de propostas, garantindo a redução de turnover e mantendo a empresa com os melhores profissionais do mercado”.
Fonte: Canal Rural