O ano de 2024 promete ser marcante no cenário tecnológico, trazendo inovações que moldarão o futuro de setores cruciais. No setor financeiro, a chegada do Drex é notável, especialmente em crédito imobiliário, mas também devemos ter tecnologias aliadas à saúde, à comunicação e ao agronegócio, que deve ficar mais ágil e automatizado.
Setor financeiro e o Drex
A chegada do Drex marca uma revolução no setor financeiro, concentrando-se inicialmente no crédito imobiliário e avançando para o microcrédito. A transformação será evidente na experiência do usuário ao contratar crédito em fintechs, as quais têm sido cruciais para a construção de um ambiente bancário mais abrangente. A imposição do Real Digital, seguindo a estratégia do Pix, prevê uma entrada robusta em meados de junho e julho de 2024. Esta mudança promete ampliar significativamente a capacidade de crédito, incluindo iniciativas de crédito externo costuradas ao longo dos anos.
Além do Drex, o Pix Parcelado e o Pix Troco, apesar de ainda não serem amplamente aderidos, verão iniciativas em 2024 para impulsionar sua aceitação. O Med, exigido pelo Banco Central para operações Pix, será crucial na jornada antifraude, elevando a segurança das transações. A conscientização sobre o uso do Med é fundamental para fortalecer as defesas contra golpes, que são uma crescente preocupação em relação às novas formas de pagamento. A fraude, muitas vezes iniciada no fator humano, destaca a fragilidade do público diante de ataques. A facilidade com que os fraudadores exploram a engenharia física resulta em golpes falsos e extorsão, com a possibilidade de campanhas facilitadas por microinfluenciadores.
A inserção precoce de crianças no mundo digital é uma realidade preocupante. O público adolescente, em busca de dinheiro fácil, já interage em campanhas para lojas e supermercados, explorando sua ampla presença online. Ademais, a revolução do uso de dados, aliada à inteligência artificial, é uma realidade, com a tendência de uma adesão global de 50% ao data-driven, auxiliando as pessoas a negociarem seus dados pessoais por meio de uma carteira digital.
Inteligência Artificial para saúde
Na área da saúde, a jornada do home care já está em andamento, com foco especial nos pacientes diabéticos. O conceito do Open Health, semelhante ao Open Bank, está ganhando força. A normalização dos dados de saúde deve crescer em 2024, proporcionando fácil acesso às informações do paciente, tanto no Sistema Único de Saúde (SUS) quanto em clínicas particulares.
O Open Health, ainda uma promessa, gera opiniões divididas, semelhantes ao Open Banking e Pix. No entanto, sua implementação promete revolucionar os processos na indústria da saúde, assim como suas contrapartes revolucionaram outros setores. Trata-se de um sistema para compartilhamento de dados de saúde que agrupa todas as informações que uma pessoa gera, ajudando clínicas e hospitais a garantir um atendimento mais eficiente ao paciente.
Esse avanço representa uma mudança significativa na forma como os dados de saúde são gerenciados e compartilhados, potencialmente aprimorando a qualidade dos serviços prestados. Com a normalização dos dados, a interoperabilidade entre diferentes sistemas e instituições de saúde torna-se mais viável, promovendo uma abordagem mais integrada ao cuidado do paciente.
A evolução do Open Health é parte de um movimento mais amplo em direção à digitalização e automação na área da saúde. Embora ainda existam desafios e preocupações, como a segurança dos dados e a privacidade do paciente, o potencial transformador dessas tecnologias é inegável. À medida que a normalização dos dados de saúde avança, espera-se que o Open Health desempenhe um papel fundamental na melhoria dos cuidados de saúde e na promoção de uma abordagem mais eficiente e colaborativa dentro do setor.
Comunicação e desenvolvimento
Ferramentas como o Jasper, capaz de produzir conteúdo complexo em mais de 20 idiomas, e o Murf, que cria áudios personalizados, estão transformando a comunicação. Essas mudanças podem impactar o valor do trabalho humano, influenciando a precificação em 2024.
No desenvolvimento, a jornada do low code ganha destaque, especialmente em sistemas de back office. Aplicações de baixa escala já utilizam amplamente o low code, enquanto sistemas mais escaláveis ainda não estão totalmente maduros para essa abordagem. A automação do desenvolvimento de software visa acelerar processos, reduzindo a necessidade de contratação de profissionais.
A adaptação à inteligência artificial é clara no setor financeiro, onde a velocidade na resposta a orçamentos se torna um diferencial competitivo. A aceleração do crescimento do mercado global é iminente, à medida que as empresas se tornam mais ágeis.
Agronegócio e gestão de IoT
Na agricultura, a gestão de IoT está crescendo, desde o acompanhamento de unidades de terra até a automação de processos na apicultura e aquicultura. Projetos inovadores estão em andamento, destacando o Brasil como um celeiro forte, especialmente no Rio de Janeiro, onde a automação na produção de café e de alimentos orgânicos tem se expandido consideravelmente.
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O futuro tecnológico de 2024 promete uma convergência de inovações, transformando setores fundamentais e moldando a maneira como vivemos, interagimos e fazemos negócios. Adaptar-se a essas mudanças será essencial para empresas que buscam se manter competitivas nesse cenário dinâmico.
Texto: Miller Augusto, CEO e founder do Grupo Ivy e de outras oito empresas de segmentos distintos. O empresário também atua como investidor-anjo e é mentor em startups no Brasil e exterior.