Além de protegerem a natureza e diminuírem o impacto no meio ambiente, as práticas sustentáveis também podem ser um caminho para os empreendedores conquistarem espaço no campo. O agronegócio sustentável é um dos assuntos que serão abordados no TecnoAgro, evento sobre inovação, tecnologia e capacitação que ocorre nos dias 17 e 18 de julho em Uberlândia.
No encontro, o painel sobre o tema contará com a participação da presidente do fundo JBS pela Amazônia, Joanita Karoleski. As inscrições gratuitas estão abertas e devem ser feitas através do site do evento.
Convidado a falar sobre o assunto no g1, o sócio e head de Investimentos Responsáveis e Engajamento da gestora de recursos e de patrimônio JGP Asset Management, José Pugas, defende que a sustentabilidade é a receita de sucesso e lucro no agronegócio.
“Temos que pensar que o agro, por ser a indústria mais exposta às mudanças climáticas e empobrecimento do solo, precisa ser a indústria que vai liderar qualquer iniciativa contra dano ambiental”, afirmou.
O especialista enxerga um grande potencial sustentável no Triângulo Mineiro, onde, segundo ele, há boa infraestrutura e proximidade com outros grandes centros. Além disso, a região está no Cerrado, bioma que demanda cuidados ambientais maiores.
“Mais do que quantidade, precisamos entregar qualidade, e qualidade ambiental é essencial. Então, um território produtivo como o Triângulo pode se destacar no Brasil e até no mundo se tiver uma boa abertura para esse diálogo”, acrescentou.
Ainda segundo Pugas, a oportunidade de crescer sendo sustentável existe não apenas para as grandes empresas, mas, também, para o pequeno produtor, que tem menos acesso a crédito e menos oportunidades de conseguir recursos para práticas menos
“A recomendação é que o pequeno produtor entre em cooperativas, se associe. Quando você se associa, você aumenta a oportunidade de acesso à capital. O conselho é: seja grande sendo muitos”, sugeriu.
Como ser sustentável?
Pugas também levantou um caminho-chave para a aplicação de práticas sustentáveis no agronegócio: a agropecuária regenerativa e climático-resiliente, que engloba práticas para proteger os recursos naturais e lidar com as mudanças extremas do tempo, como chuvas fortes, geadas e períodos longos de seca.
“A natureza nos provê a maior parte das coisas que a gente precisa para produzir. Então, como podemos manter essas habilidades inatas de regeneração dessa natureza que nos apoiam na produção? Estou falando de manejo de cobertura, de integração lavoura-pecuária-floresta, de uso de bioinsumos, entre outras coisas”, explica.
Ainda conforme Pugas, também é preciso ter foco nas relações humanas e trabalhistas.
“A forma como você se relaciona com os seus funcionários, com sua família, fica evidente para quem está próximo. Uma cultura afetivamente correta, que cumpre regras trabalhistas, que vê a educação como triunfo e reconhece o mérito de cada um nos faz sentir representados”, acrescenta.
“Para fazer agricultura sustentável, procure sua assistência técnica, pressione, informe-se, cobre. O produtor é o que mais está sendo pressionado com essas mudanças, mas ele também pode se beneficiar disso”, finaliza.
Fonte: G1
