sexta-feira,22 novembro, 2024

Startups brasileiras encontram caminho para internacionalização em Dubai

Brasil recebeu destaque especial no primeiro dia do Expand North Star, evento para startups que integra o GITEX Global, realizado nesta semana na cidade

Pelo segundo ano, a brasileira Onii, de tecnologia para lojas autônomas, participa do Expand North Star, evento com foco em startups que integra a programação do GITEX Global, feira de tecnologia realizada em Dubai. Mas, desta vez, tem um elemento diferente: escritório aberto nos Emirados Árabes Unidos. A oportunidade da internacionalização veio com um lead gerado na primeira ida à conferência.

Menos de um ano após participar do evento, Victor Azouri, fundador da startup, decidiu arrumar as malas e se mudar para Dubai com a família para apostar no mercado árabe. “Continuamos mantendo contato com um cliente que conhecemos, mas o árabe gosta do olho no olho. Foi uma decisão pela empresa, me mudei em julho. Agora saíram todas as nossas documentações e vamos começar a operação com uma startup daqui”, conta.

Organizado pelo Dubai World Trade Center, o GITEX Global receberá 1.800 startups expositoras, palestrantes de mais de 100 países e 1.000 investidores até quarta-feira (18/10), no Dubai Harbour. O Brasil ganhou um espaço especial no primeiro dia do Expand North Star deste ano porque a América Latina será a região de destaque da próxima edição – vista com bons olhos para fazer negócios.

Por isso, quem esteve na feira neste domingo (15/10) foi recebido por música brasileira já na entrada. O evento contou com outras ativações brasileiras, como grupo de percussão circulando entre os estandes, fitinhas coloridas remetendo ao Nosso Senhor do Bonfim e açaí.

Em um estande especial, 20 startups brasileiras selecionadas pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) vão expor seus trabalhos e entrar em contato com potenciais investidores e clientes. Trê delas estão competindo no SuperNova Challenge, batalha de pitches com empresas de diferentes países: Altave, software de inteligência artificia para monitoramento, B2Brazil, plataforma de marketplace para pequenas e médias empresas fazerem trade internacional, e Medkan, ecossistema integrado de pacientes, médicos e empresas de saúde.

Na edição de 2022, cinco startups brasileiras chegaram à semifinal do desafio, e a Biosolvit, startup de biotecnologia, saiu vencedora na categoria ‘Overall Industry Pioneer’ (Pioneira da Indústria, em tradução livre).

Interesse brasileiro

Das 20 startups brasileiras participando do Expand North Star neste ano, MetaAmazôniaOnii e 4RevOps (antiga Market4Edu) já abriram escritórios em Dubai e estão atendendo clientes locais. Segundo Tatiana Riera, chefe do escritório da ApexBrasil na cidade, os Emirados Árabes Unidos têm investido para ser o Vale do Silício do Oriente Médio. “Eles têm esse foco de trazer e atrair startups para usarem Dubai como um hub para alcançar outros países e regiões do Oriente Médio e do sudeste asiático”, conta.

Apesar de muitos fundadores buscarem o caminho da internacionalização pela América Latina, Europa ou Estados Unidos, Riera afirma que Dubai é propícia para a abertura de empresas de base tecnológica. “Existe uma estratégia de governo para atrair esse público e o Brasil, definitivamente, está dentro. Há um entendimento cada vez maior de que é um país que também tem força na tecnologia e é mais do que agricultura”, acrescenta.

Uma das frentes que atuam com essa atração de empresas é a Câmara de Economia Digital de Dubai, que facilita a abertura de novos negócios de base tecnológica na cidade para atrair talentos especializados. Em uma ação realizada ao longo do Expand North Star, a instituição vai resolver questões burocráticas de fundadores interessados na internacionalização, como vistos de trabalho, abertura de CNPJ e moradia.

“A economia digital é o terceiro setor que mais contribui para o PIB de Dubai. Há um desejo da cidade de focar nesta indústria para que ela cresça, porque permite que Dubai se diversifique da economia mais tradicional, como construção e serviços financeiros”, declara Saeed Algergawi, vice-presidente da Câmara, que tem 25 escritórios espalhados pelo mundo, incluindo um em São Paulo.

A importância do setor de ciência, inovação e tecnologia na economia fez parte do discurso de Sidney Leon Romeiro, embaixador brasileiro nos Emirados Árabes Unidos. “Essa área é importante não só porque ajuda no nosso desenvolvimento, mas porque dá uma ideia do futuro que teremos. Vemos que é uma aposta correta quando temos tantos brasileiros com ideias em um evento como esse. Nós queremos fortalecer a agenda e parceria com os Emirados porque esse é o Brasil que a gente quer: criativo, sustentável e que inspira as novas gerações”, diz.

Texto: Rebecca Silva

Redação
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