O resultado dos aportes de Venture Capital em 2023 não foi dos melhores. Durante o ano, as startups brasileiras conseguiram levantar US$ 1,9 bilhão (cerca de R$ 9,3 bilhões, na cotação atual), montante que representa uma queda de 56,8% em relação aos US$ 4,4 bi de 2022.
Os dados são do relatório anual da plataforma de inovação Distrito, divulgados nesta quarta-feira (10), e mostram que o total de operações no ano passado também teve forte recuo em relação a 2022: de 931 para 455 rodadas.
“Os números do mercado de VC refletem a dinâmica desafiadora de 2023, evidenciada pelo declínio no registro de negociações fechadas no período”, avalia Gustavo Gierun, CEO da Distrito.
Os dois destaques do ano surgiram em agosto, quando a plataforma de academias Gympass e a fintech de contas globais Nomad receberam US$ 85 mi e US$ 60 mi, respectivamente.
América Latina no mesmo ritmo
O movimento de baixa não foi diferente para as startups da América Latina, onde os aportes caíram mais que a metade, somando US$ 3,1 bilhões. Em 2023, foram registrados 746 rodadas, ante 1,4 mil de 2022.
O Brasil foi responsável por 61% das operações. As startups que mais receberam recursos são as do estágio inicial, que totalizaram 581 negociações e um ticket médio de US$ 1,4 mi.
Em números de rodadas, os setores mais beneficiados com os recursos de VC foram: fintechs (136), retailtechs (65) e healthtechs (54). Se considerados os montantes destinados, as fintechs receberam US$ 1 bilhão; as energytechs, US$ 213 milhões; e as startups de supply chain, US$ 203,4 milhões.
“Diante das condições do cenário, a consolidação de investimentos identificados no estágio inicial, aliada aos destaques em setores como fintech, revela oportunidades emergentes e a resiliência do ecossistema diante das condições do mercado”, avalia Gierun.
Por Wesley Santana