Entende-se por startup uma ‘empresa que se encontra em fase de desenvolvimento e que apresenta um modelo de negócios inovador e escalável’. No Brasil, de acordo com a Associação Brasileira de Startups, hoje são mais de 12,7 mil startups ao redor do país. A Sentinela WEB3, uma gestora de carteira digital que ajuda a mitigar riscos de perda, é uma delas.  

A Sentinela WEB3 nasceu de uma dor pessoal de seu fundador, Juscelino Araújo, que perdeu dinheiro enquanto tentava entender como tudo funcionava a gestão de ativos em blockchain, já que a gerenciar inúmeras carteiras digitais de maneira descentralizada pode ser um grande desafio. A startup foi criada para simplificar esse processo, permitindo que o investidor visualize todas as informações de sua carteira de forma rápida e fácil, podendo fazer uma gestão mais eficiente de ativos. 

O objetivo da Sentinela WEB3 é proporcionar segurança, mostrando ao usuário o que está acontecendo com sua carteira. A Sentinela WEB3 não atua como um cofre e não se responsabiliza pelas ações do usuário; ela mostra a movimentação das carteiras digitais. O usuário é o dono da carteira e pode fazer o que quiser com ela.  

A Sentinela WEB3 criou um dashboard que centraliza as informações de diferentes carteiras digitais em um único lugar, facilitando a visualização do que está acontecendo na carteira do usuário. Uma das inovações trazidas pela Sentinela WEB3 é o recurso de ‘revoke’, que permite revogar contratos maliciosos que possam estar acessando a carteira com apenas dois cliques. Isso é importante porque, ao interagir com um projeto em blockchain, o usuário geralmente concede acesso à sua carteira, e muitos desses projetos podem drenar os fundos caso as permissões não sejam gerenciadas corretamente. 

Para entender melhor do que se trata a startup, primeiro é preciso entender de Web 3 (ou Web 3.0). Trata-se da próxima geração da internet que visa transformar a forma como interagimos com os dados, as aplicações e uns com os outros online. Ela difere das versões anteriores da web (Web 1.0 e Web 2.0) ao colocar maior ênfase na descentralização, privacidade, e no uso de tecnologias como blockchain, inteligência artificial (IA) e contratos inteligentes. 

Na Web 2, mais comum nos dias de hoje, grandes corporações como Google e Facebook controlam os servidores contendo os dados dos usuários, mas na Web 3 as informações e os serviços são distribuídos em redes descentralizadas dando assim o poder dos dados ao seu detentor, não tendo assim um intermediário. Você é dono dos seus dados e escolhe o que fazer com eles, muitas vezes usando blockchain.  

E falando de blockchain, esse é o segundo termo que precisa ser entendido aqui. A tradução literal da palavra significa corrente de blocos, e comumente é comparado a um tecido digital, onde não se pode alterar um bloco sem comprometer toda a cadeia.  

Mas o que é blockchain? É uma tecnologia de registro distribuído que permite o armazenamento seguro e transparente de dados em uma rede de computadores. Ele funciona como um livro-razão digital, onde as informações são armazenadas em blocos que estão conectados entre si em uma cadeia, assim cada bloco contém um conjunto de transações ou informações e é verificado por diversos computadores na rede. Uma vez que um bloco é adicionado à cadeia, ele não pode ser alterado, garantindo a segurança e a imutabilidade dos dados.  

“O maior diferencial do mercado de Web3 é a descentralização. Isso significa que você é dono dos seus ativos. Não existe um ‘0800’ para ligar, pedir ajuda ou dizer ‘perdi minha senha e quero recuperar’. Isso não existe, porque você não tem uma entidade central cuidando de tudo. Cada um cuida de si. A maior diferença entre Web2 e Web3 é justamente essa. Enquanto na Web2 temos Google, Amazon, Microsoft — grandes empresas que detêm e gerenciam as informações e, muitas vezes, vendem esses dados para obter lucro — na Web3, cada um é dono de seus próprios dados. Se você perdeu [os dados], é isso, adeus, não há como recuperar”, explica Juscelino Araújo, CEO da Sentinela Web3.  

Juscelino entrou no mercado de Web3 há cerca de dois anos como investidor, que é a porta de entrada para a maioria das pessoas. O investimento em Web3 é visto com bons olhos por quem está começando, pois, diferente das ações tradicionais, os ganhos podem ser muito altos, embora as perdas também sejam. “É um mercado de alto risco e altos lucros. Ou seja, ele pode dormir com mil reais na carteira e acordar com quinhentos mil reais, ou, em questão de duas ou três horas, mil reais podem se tornar cem mil reais. Claro, também pode investir cem mil reais e perder tudo”, ressalta. 

Para Juscelino, ter o apoio da comunidade de inovação é extremamente importante. “No Brasil, a cultura de inovação ainda não é muito forte, e conseguir investimentos para startups é algo bastante complicado. Entidades como o Sebrae auxiliam nos primeiros passos e ajudam a projetar soluções para o mercado”. Atualmente, a Sentinela WEB3 está participando da aceleração da Inovativa, o que proporciona um respaldo essencial para o crescimento contínuo; foi a 3ª colocada no PitchDay da Semana da Inovação de Mato Grosso, edição de 2024; está em fase de finalização do MVP (primeira versão do produto); e está com a rodada de captação de investimento aberta. Sobre a disponibilização para o público, a previsão é que em outubro de 2024 todos possam consultar suas carteiras digitais na Sentinela WEB3.  

No Brasil, a Sentinela WEB3 é a primeira gestora de carteiras digitais. “O que eu espero para a Sentinela WEB3 nos próximos cinco anos? Espero que já estejamos operando 100%, com atualizações contínuas, e que tenhamos conquistado uma boa fatia do mercado brasileiro. Nosso objetivo é expandir para o mercado internacional, onde a competição é mais acirrada”, finaliza.