Em março, a Anatel revelou preocupações em relação à expansão da Starlink no Brasil

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) vai decidir nesta semana o futuro das operações Starlink no Brasil, que quer mais 7,5 mil novos satélites no país. Segundo a empresa (via Mobile Time), a empresa não tem mais capacidade para atender a região metropolitana do Rio de Janeiro.

A solicitação foi enviada em dezembro de 2023, mas a Anatel abriu uma consulta pública em julho do ano seguinte para analisar o caso. Em dezembro, a agência anunciou que a análise do pedido para aumentar o número de satélites da Starlink ocorreria em fevereiro deste ano.

No entanto, o conselheiro Alexandre Freire, solicitou uma investigação aprofundada sobre os riscos em aumentar o número de satélites da Starlink.

Desse modo, a Anatel adiou a pauta da reunião do conselho diretor. A reunião que pode ou não autorizar os 7,5 mil novos satélites da Starlink no Brasil ocorrerá na próxima quinta-feira (3/04).

Anatel revela preocupação em autorizar 7,5 mil novos satélites da Starlink no Brasil 

Em março deste ano, Freire, relator do processo, ampliou a investigação para entender o impacto em aumentar a frota dos satélites da Starlink no Brasil.

O conselheiro geral da Anatel expressou preocupações em relação à soberania digital do Brasil caso a agência autorize a Starlink a ter mais 7,5 mil satélites no país.

Atualmente, a Starlink possui autorização para uso de 4,4 mil satélites em órbita a fim de atender o Brasil, sendo responsável por 60% das operações do país de internet via satélite. Desse modo, a expansão dos satélites, que pode chegar a 11,9 mil no Brasil com a aprovação, também gerou preocupações nas concorrentes.

O Sindicato Nacional das Empresas de Telecomunicações por Satélite (Sindisat), que representa empresas como Claro e Intelsat, se posicionou contra a aprovação do pedido.

De acordo com o sindicato, a expansão dos satélites da Starlink no Brasil conta com dispositivos diferentes, que precisam de uma nova licença para operar. Isso porque os 7,5 mil satélites que a Starlink solicitou à Anatel para aumentar a frota são da segunda geração. Os satélites operam nas faixas de frequências nas bandas “Ka, Ku e E”, sendo esta última ainda não usada para internet.

Vale ressaltar que a Starlink também solicita a alteração do direito de exploração do sistema de satélites não geoestacionários para ampliar sua frota.

Por: Pablo Nogueira