Foi anunciada nesta quinta-feira (10/8) em São Paulo a primeira planta de produção de hidrogênio verde a partir de etanol do mundo. O projeto teve investimento de R$ 50 milhões e foi realizado pela Shell em parceria com Raízen, Hytron, Toyota, Senai e Universidade de São Paulo com previsão de produção de 4,5 quilos de hidrogênio por hora, o suficiente para a abastecer até três ônibus e um veículo leve.
“O objetivo desse projeto inovador é tentar demonstrar que o etanol pode ser vetor para hidrogênio renovável, aproveitando a logística já existente da indústria. A tecnologia poderá ajudar a descarbonizar setores que consomem energia proveniente de combustíveis fósseis”, afirmou, em nota, o presidente da Shell Brasil, Cristiano Pinto da Costa.
De acordo com os pesquisadores, a conversão do etanol em hidrogênio será realizada por meio de um processo químico chamado “reforma a vapor”, que é quando o etanol, submetido a temperaturas e pressões específicas, reage com água dentro de um reator.
A previsão é de que o custo da produção de hidrogênio a partir de etanol seja comparável ao custo do hidrogênio de reforma do gás natural, mas com emissões semelhantes à da eletrólise da água alimentada com energia eólica.
Todo etanol necessário para produção do hidrogênio será fornecido pela Raízen e transportado em caminhões tanques com capacidade para armazenar até 45 mil litros do biocombustível – quantidade suficiente para produção de 6 toneladas de hidrogênio verde.
“O hidrogênio renovável produzido a partir do etanol terá uma participação relevante na matriz energética nas próximas décadas, principalmente por reduzir significativamente os desafios envolvidos no transporte e distribuição do produto, que pode aproveitar a infraestrutura do etanol já existente nos postos, garantindo o abastecimento de veículos de forma rápida, sustentável e segura”, destaca o diretor presidente da Raízen, Ricardo Mussa.
Fonte: Cleyton Vilarino