“As forças policiais têm apreendido cada vez mais defensivos agrícolas ilegais, sejam eles falsificados, roubados ou contrabandeados. Estes produtos representam um sério risco não só à produtividade agrícola, mas à segurança humana e ambiental, tendo em vista que, ou não possuem registros, ou são resultados de crimes, o que não garante a qualidade do produto fornecido ao comprador”, diz Eliane Kay, diretora-executiva do Sindiveg.
O objetivo do sétimo módulo é apresentar aos participantes do curso os conceitos de produtos ilegais e alertá-los de que quem os utiliza está sujeito às penalidades previstas em lei. Além disso, explica que os produtores que aplicam insumos ilegais não têm direito à assistência técnica da distribuidora ou dos fabricantes, em caso de ineficiência. “E tudo isso contribui para o prejuízo financeiro da propriedade rural”, segundo Eliane.
Outro problema dos defensivos ilegais é que eles não passaram por testes e comprovações científicas. “No Brasil, antes de serem liberados para a comercialização e utilizados nas plantações, os produtos legais passam por rigoroso processo regulatório que leva, em média, cinco anos e envolve o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Ibama”, salienta a diretora do Sindiveg.
O treinamento on-line oferecido pelo Sindiveg tem por objetivo principal levar informação técnica correta aos agricultores, para que eles continuem oferecendo alimentos seguros e de qualidade à população. Lançada em 2020, a plataforma de treinamentos do Sindiveg já conta com mais de 16 mil cadastrados e mais de 15 mil certificados emitidos. Cada módulo foi desenvolvido com o apoio de pesquisadores ou professores universitários que atuam na área.
O engenheiro agrônomo Marcelo Bressan, auditor fiscal federal agropecuário e chefe do Serviço de Fiscalização de Insumos e Sanidade Vegetal do Ministério da Agricultura destaca a importância da iniciativa do sindicato. “Como medida de combate aos agrotóxicos ilegais, as ações educativas, como este treinamento do Sindiveg, são muito importantes para instruir e informar os envolvidos sobre as implicações e riscos.”
Ainda segundo Bressan, o uso de agrotóxicos ilegais pode causar graves danos às lavouras, à saúde dos consumidores, trabalhadores e ao meio ambiente. “O combate deve contar com a participação de todos: governo, empresas e agricultores. Além das ações policiais e de fiscalização, é importante destacar que a rede de ilegalidade dependerá sempre dos produtores rurais que adquiram e utilizem estes produtos ilegais. Portanto, a colaboração das empresas nessas ações educativas que desestimulem o uso é mais um meio de atacar o problema.”
Fonte: Texto Comunicação